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Venezuela: PCBR, de Jones Manoel, defende os golpistas e não passa nem na primeira prova da luta antiimperialista

Venezuela: PCBR, de Jones Manoel, defende os golpistas e não passa nem na primeira prova da luta antiimperialista

Se de um lado estão Biden, Trump, Kamala, Milei, Elon Musk, Bolsonaro e o verme do Boric é possível não escolher de olhos fechados ficar do outro lado? Se de um lado estão toda extrema direita patronal, agentes diretos do imperialismo, golpistas desde 2002, como Maria Corina Machado, Henrique Capriles, Guaidó e Enrique Marques, pode um comunista antiimperialista vacilar? Nunca!

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O PCBR é uma organização fundada em junho de 2024, após a ruptura encabeçada por Jones Manoel e Ivan Pinheiro do PCB. Não temos dúvida que o PCBR agrupa muitos lutadores antiimperialistas. As eleições venezuelanas de 28 de julho de 2024 dividiram a esquerda mundial entre os verdadeiros antiimperialistas do século XXI e os velhos e novos antiautoritários (já condenados por Engels no século XIX no seu popular texto Sobre a Autoridade).

Quando de um lado estão Biden, Trump, Kamala, Milei, Elon Musk, Bolsonaro e o verme do Boric é possível não escolher de olhos fechados ficar do outro lado da luta?

Quando de um lado estão toda extrema direita patronal venezuelana, agentes diretos do imperialismo, que organizam golpes de Estado na Venezuela desde 2002, como Maria Corina Machado, Henrique Capriles, Guaidó e Enrique Marques, pode um comunista antiimperialista vacilar?

Como não defender até o demônio diante dessa gente?

Como não defender o povo oprimido de mais essa intentona golpista, que repete com mais desenvoltura o que Trump tentou fazer com o assalto ao Capitólio em 2021 e o que Bolsonaro com o assalto aos três poderes em 2023?

De que valem os que como o PSTU e cia se aliam do lado do que existe de mais execrável na humanidade?

De que valem os comunistas que ficam do lado do inimigo principal dos povos oprimidos, dos EUA que centraliza e norteia o odioso sistema imperialista mundial?

Justificam esse alinhamento político com as desculpas de "mas Maduro é um ditador", "as eleições foram fraudadas", "cadê as atas?", "Maduro não é um socialista seu governo é burguês", "Maduro não é como Chavez", ou para ser ainda mais convincente: "Maduro virou um neoliberal e cedeu às pressões de 936 medidas coercitivas impostas unilaterlamente contra a Venezuela".

Alguma dessas miseráveis justificativa justifica ficar do lado do golpistas, fascistas e do imperialismo?

O circo pegando fogo na Venezuela, que é a grande e verdadeira disputa não só entre imperialistas e antimperialistas, mas também entre fascistas e antifascistas no mundo hoje (tem muita gente na esquerda que acredita que a disputa entre fascistas e não fascistas é entre Trump e Kamala) e o PCBR adota a posição de seguir o seu "partido irmão", o golpista Partido Comunista Venezuelano. 

NOTA POLÍTICA CONJUNTA: Sobre as eleições presidenciais na Venezuela. Expressamos nossa solidariedade aos trabalhadores da Venezuela, e ao Partido Comunista da Venezula, ao seu Comitê Central encabeçado pelo seu Secretário Geral, camarada Oscar Figuera, e a todos os militantes, assim como à Juventude Comunista da Venezuela. (Em defesa do Comunismo - Nota política conjunta).

Desse modo, às vésperas das eleições na Venezuela, o PCBR publica uma nota supostamente em defesa do PCV, mas, sobretudo, demonizando o governo que o imperialismo iria tentar derrubar mais uma vez, como uma ditadura: "estas eleições na Venezuela tem um profundo caráter antidemocrático".

 

 

Com tintas de esquerda o PCBR pinta o governo Maduro como uma ditadura contra  os trabalhadores e não cita uma só palavra sobre o imperialismo, os golpistas, terroristas de direita e fascistas locais, as 936 medidas coercitivas unilaterais tomadas por todo o sistema imperialista mundial contra os governos chavistas, a tradição antigolpista que o chavismo inaugurou e que, deformadamente pelas sanções imperialistas, Maduro dá continuidade, exemplos para a luta contra o golpismo e a direita na América Latina, como o que está sendo dado agora pelo governo Maduro recém eleito e mobilizando o povo para defender seu mandato.

Para não deixar margem de quem são as companhias da internacional reivindicada por Jones e Ivan, o PCBR assina essa nota política conjunta não apenas com o golpista PCV, mas também com o arqui-mal afamado Partido Comunista Argentino, que apoiou o golpe militar (1976-83) que matou 30 mil lutadores sociais no país vizinho.

Em 24 de março de 1976, as Forças Armadas deram um golpe de Estado e declararam o General Videla como presidente. A actividade pública dos partidos políticos foi proibida, mas, ao contrário dos restantes, o PCA conseguiu expressar-se livremente, apesar do anticomunismo proclamado pela liderança militar. No dia seguinte ao golpe, os líderes do PCA tomaram uma posição abertamente favorável ao regime. Julio Laborde, editor responsável da revista Tribuna Popular, no número que chegou às lojas no dia 8 de abril, afirmou a respeito do novo presidente: “(...) Quanto às suas formulações mais precisas (...) afirmamos enfaticamente que constituem a base de um programa libertador que partilhamos (...). O presidente afirma que não haverá soluções fáceis, milagrosas ou espetaculares. Fique tranquilo que ninguém está esperando por você (...). O General Videla não pede apoio, mas compreensão, ele tem” (Sofía Lamberto, Investigadora argentina).

Essa é a internacional do novo partido de Jones Manoel.


Oscar Figuera, Secretario Geral do PCV e, ao seu lado, o golpista Enrique Marques, no momento em que o PC e o empresário anunciam o apoio do PC a candidatura do golpista. Enrique Márquez recebe apoio do PCV para as eleições presidenciais

 

Qual foi a política do PCV durante a campanha eleitoral?

O PCV apoiou o candidato patronal e golpista Enrique Marques, do Partido Centrado en la Gente. Enrique Marques participou de várias golpistas contra o chavismo, muito antes mesmo de Maduro se tornar presidente. O argumento do PCV em favor dessa frente única eleitoral com os golpistas é a defesa da democratização da Venezuela (com os golpistas fascistas!) e pela necessidade de se recuperar as instituições e a Constituição (!). O PCV defende que é importante a criação de “espaços de ampla unidade para fortalecer a luta pela recuperação da Constituição e do estado de direito na Venezuela”, ou seja, defende uma frente única fascista, golpista e pró-imperialista com os agentes da CIA, como Corina Machado em Caracas. Mas, essas não são apenas suposições maldosas.

 

 

Golpista de proveta, encomendado pelos agentes do imperialismo na Venezuela, já na assinatura do acordo eleitoral, ficou claro qual seria a função laranja a ser cumprida pela candidatura de Enrique Marques na contestação ao resultado do 28 de julho:

"Concorreu como candidato nas eleições presidenciais venezuelanas de 20247 e foi, junto com Edmundo González , o único candidato a se recusar a assinar um acordo com o governo de Nicolás Maduro . 8? Sua candidatura presidencial foi apoiada pelo Partido Comunista da Venezuela.” (Enrique Marques, Wikipedia). Na ocasião, passando-se por candidato ultra-independente Marques declarou: “Não temos que seguir ordens políticas de Miraflores”: Enrique Márquez sobre o acordo para reconhecer os resultados do 28-J."

Qual foi a posição do candidato golpista e patronal apoiado pelo PCV após o anúncio da vitória da reeleição de Maduro?

Diferente de outros 6 candidatos da oposição, e em acordo com o candidato principal do golpismo-fascista, Edmundo Gonzáles Urrutia, não reconhecem o resultado das eleições e a reeleição de Maduro. Note-se que desde o primeiro momento o candidato estava comprometido com a intentona golpista que viria a se desencadear mais uma vez em todas as 7 eleições presidenciais ocorridas na Venezuela desde 1998. Como registrou o Brasil de Fato: Maioria dos candidatos da oposição na Venezuela já reconhece vitória de Nicolás Maduro, Seis competidores já aceitaram reeleição de presidente; Maria Corina e Urrutia ficam isolados.

Qual é a posição do próprio PCV frente a escalada golpista internacional após o anúncio da vitória de Maduro?

O PCV saiu a denunciar as eleições e a convocar as manifestações golpistas com os golpistas:

El Buró Político del Comité Central del Partido Comunista de Venezuela (PCV) hace un llamado a las fuerzas genuinamente democráticas,  populares y patrióticas a unir fuerzas para defender la voluntad del  pueblo venezolano que se expresó este domingo 28 de julio con una clara  intención de cambio político en el país. Alertamos a la opinión pública internacional que así como el Gobierno  de Nicolás Maduro ha despojado al pueblo venezolano de sus derechos  sociales y económicos, hoy pretende privarlo de sus derechos democráticos.”

Quem parabenizou o PCV por essa política golpista seguida por Jones Manoel e companhia no Brasil? 

Ninguém menos que Maria Corina Machado. A principal líder dos golpistas na Venezuela, parabenizou o PCV reconhecendo que a condenação à eleição vinda do PCV era muito valorosa. Claro, afinal, era um testemunho que vinha da esquerda "por liberdade e democracia", no que a golpista da CIA e o PCV coincidiam por cima das diferenças ideológicas. Em seguida, o PCV reúne um grupo de organizações políticas, sindicais e sociais colaterais para dar maior legitimidade a pressão golpista "pela esquerda".


Todavia, o PCV foi mais longe saiu em defesa da golpista mor: "O Partido Comunista da Venezuela pede o início de invstigações contra o Governador de Trujillo por incitar a violência contra Maria Corina Machado e opositores venezuelanos".

Seria como se no Brasil o PCBR se aliasse diretamente a Bolsonaro no oito de janeiro de 2023 e o defendesse contra a prisão ou qualquer incitação de ódio contra o mesmo.

Por diversas vezes Jones já negou a própria história, mas nós sabemos o que você fez no verão passado, no caso, no verão de 2016.

Jones encontrou um partido irmão que está fazendo hoje na Venezuela algo um pouco pior do que o próprio Jones e o PCB fizeram em abril de 2016, apoiaram o impeachment como negacionistas do golpe contra Dilma e o PT, se opuseram a qualquer "criminalização da luta popular" (no caso, da luta da extrema direita tipo MBL ou Vem prá Rua) e foram dialogar com as bases golpistas como seus hermanos golpistas fazem hoje.

o PCB buscasse passar o pano para o golpismo Jones Manoel defendesse as manifestações golpistas negando que fossem golpistas.

Publicamos esse artigo no dia 02 de agosto. Desde o dia 26 de julho, quando publicou seu apoio a nota conjunta com o PCV golpista o PCBR se mantém em silêncio vergonhoso sobre o tema mais debatido pela esquerda mundial após as eleições do dia 28 de julho, chegando a eclipsar o genocídio e a escalada sionista contra os palestinos e suas organizações no ocidente asiático.

Em meio a guerra civil venezuelana cruenta e que já rendeu uma dúzia de mortos, Jones lança uma live para tapear incautos, ocultar a opção pró-golpista de seu partido e de sua internacional de partido irmãos golpistas.

Faz uma exposição genérica, academicista, diletante, para camuflar sua posição política diante da situação concreta.

Anuncia "um debate para além do senso comum" apenas para "sabonetar" e ficar aquém de uma posição que qualquer lutador antiimperialista obrigatoriamente deve tomar se deseja a libertação continental da América Latina do julgo dos EUA.

Que os lutadores antiimperialistas do PCBR se pronunciem e condenem firmemente essa política golpista e pró-imperialista adotada por seu partido.

De nossa parte nós ficamos ao lado de dezenas de organizações de esquerda no Brasil e no mundo que estão sabendo ficar do lado certo da história, ao contrárioo do PCBR que está sendo reprovado logo em seu primeiro teste ácido da luta de classes e antiimperialista.

Nós, do Partido Comunista, estamos incondicionalmente com Maduro contra o imperialismo e todos seus agentes!

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