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Na Argentina de Milei a festa é para poucos

Na Argentina de Milei a festa é para poucos

Na Argentina é preciso construir uma frente única contra o fascismo neoliberal de Milei e das classes dominantes.

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Foto: https://pcce.com.ar

 

Há uma tetativa das classes dominates da Argentina de instalar na mídia uma ideologia positiva em relação à gestão neofascista de Milei. O mito é o “declínio” no índice de inflação que ocorre sobre o aumento do desemprego, da miséria e dos ataques a direitos sociais. No entanto, é importante não perder a perspectiva dos eventos gerais que se desenvolvem no mundo, a luta de classes,  onde a Argentina está localizada.

Na recente reunião anual do Clube de Valdai, Vladimir Putin (Rússia) afirmou:

“A velha ordem mundial está morrendo irremediavelmente, na verdade já morreu, e está se desenvolvendo uma luta séria e irreconciliável pelo desenvolvimento de uma nova ordem mundial. É um choque dos mesmos princípios que fundamentarão as relações entre os países e os povos na próxima etapa histórica. Seu resultado determinará se seremos capazes, por meio de esforços conjuntos, de construir um mundo que permita a todas as nações desenvolver e resolver as contradições emergentes com base no respeito mútuo de culturas e civilizações, sem coerção ou uso da força. E, finalmente, se a sociedade humana será capaz de preservar seus princípios éticos humanísticos e se um indivíduo será capaz de permanecer humano.”

A hegemonia do imperialismo dos EUA está em declínio, e a Rússia demonstrou isso recentemente com ações concretas. Biden pretende em sua retirada levar Trump a um conflito global (de consequências imprevisíveis) e autorizou a Ucrânia a usar seus mísseis de médio alcance. A Federação Russa considerou-o um ataque nuclear ,por ser apoiado por potências nucleares, alterou sua doutrina militar e lançou um míssil hipersônico (indetectável) com capacidade de abrigar ogivas nucleares. Acabaram-se as explosões do imperialismo. Eles vão ter que pensar nisso antes.

Na Cúpula do G20 realizada no Brasil, a China apresentou novamente seu poder econômico crescente. Depois de comemorar o triunfo de Trump, o neofascista Milei foi com o rabo entre as pernas para tirar uma foto com Xi Jinping, o principal inimigo estratégico do magnata estadunidense. A China disse que o acordo é para tudo ou para nada. Teremos que ver como milei, que presta homenagem aos Estados Unidos, mas de repente esqueceu suas mentiras contra os comunistas. A China acaba de inaugurar no Peru o megaporto de Chancay, uma enorme obra estrutural que consolida a hegemonia comercial da potência asiática sobre o Pacífico. Trump nomeou o furioso Marco Rubio como seu secretário de Estado, tentando recuperar posições em um continente onde o imperialismo dos EUA vem perdendo espaço. Voltamos ao início. De quem é a iniciativa política na atual etapa histórica?

Somado a isso, houve o triunfo da Frente Ampla no Uruguai e um novo golpe ao neoliberalismo em nossa região. Eleições regionais, também, foram realizadas no Chile, com resultados positivos. No mapa latino-americano, há um crescimento de forças reformistas nos governos. Assim,  Milei se isola em sua política radical de fome, de pilhagem e de endividamento.

O que é a Argentina de Milei? Enquanto alguns grupos concentrados desfrutam de grandes lucros, os trabalhadores, os aposentados, os que moram de aluguel, os empobrecidos e aqueles que vivem de um salário estão passando por um momento muito difícil. Também há muitas empresas atingidas por uma profunda recessão. O consumo de carne é o mais baixo em 28 anos, os trabalhadores das estatais perderam mais de 30% de seu poder de compra em relação à inflação, os medicamentos constituem hoje um bem de luxo. Enfim, a conjuntura é insustentável para a maioria da população argentina. Há possibilidades de explosões sociais. Isso vai depender claramente da capacidade de luta e resistência do movimento de massas.

A situação vai ficar ainda mais complicada com o novo governo nos Estados Unidos. O protecionismo de Trump contradiz completamente Milei. Sua política de altas taxas para absorver dólares e orientá-los para dentro da economia norte-americana é uma ameaça ao governo. Eles esperam que Trump interceda junto ao FMI para novos desembolsos, mas o FMI exige uma desvalorização. A economia real faz água por todos os lados, por isso apelam a vários movimentos políticos para ganhar as eleições legislativas de 2025.

Sem dúvida, a proscrição de Cristina é o objetivo principal. A crise da CGT ,pela atitude cúmplice e demobilizadora da direção, pode começar a estruturar um bloco entre os setores mais combativos do sindicalismo que permita um processo de lutas à altura do inimigo dos trabalhadores: o fascismo neoliberal que coloca em risco a existência da soberania nacional e da vida de milhões de homens, mulheres e criança. 

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