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IRÃ: que a nação persa se mantenha anti-imperialista

IRÃ: que a nação persa se mantenha anti-imperialista

De olho nas eleições iranianas. O candidato Jalili (nacionalista) se posiciona pelo crescimento via investimento público enquanto Pezeshkiani (liberal) quer cortar a participação estatal no desenvolvimento e acredita no investimento estrangeiro, o que Jalili considera que “paralisaria o Irã”

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Saeed Jalili, à esquerda, e Massoud Pezeshkian — Foto: ATTA KENARE / AFP

Nenhum candidato conseguiu 50% mais um dos votos e a eleição presidencial no Irã irá a segundo turno no próximo dia 5 de julho. A eleição foi convocada, conforme a constituição iraniana para substituir o presidente Ebrahim Raisi, que morreu em um acidente de helicóptero, ocorreu na sexta-feira.

Dos 24,5 milhões de votos, o ex-ministro da Saúde e deputado Masud Pezeshkian obteve 10,4 milhões, enquanto o ex-negociador-chefe do acordo nuclear Said Jalili recebeu 9,4 milhões. A participação às urnas foi de 40%.

Os outros dois candidatos, o presidente do Parlamento, Mohammad Baqer Qalibaf, e o ex-ministro do Interior, Mostafa Purmohammadi, ficaram atrás com respectivamente 3,3 milhões e 206 mil votos.

Na véspera da eleição, o atual prefeito de Teerã, Alireza Zakani, e o atual vice-presidente e chefe da Fundação dos Assuntos dos Mártires e Veteranos, Qazizade Hashemi, retiraram suas candidaturas, em favor de Jalili.

Jalili vem sendo associado à continuidade da linha de soberania nacional, isto é, anti-imperialista encabeçada por Raisi. Pezeshkian recebeu o apoio dos assim chamados reformistas, que governaram antes de Raisi, e são mais favoráveis a conciliar com Washington.

Declaração feita pelo líder supremo Aiatolá Kamenei, convocando a votar, na qual ele criticou “certos políticos iranianos” por acreditarem que “todos os caminhos para o progresso passam pelos Estados Unidos”, foi interpretada por analistas como tendo como alvo o ex-chanceler Mohamad Javad Zarif, que atualmente desempenha um papel de liderança na campanha de Pezeshkian.

No plano econômico, o candidato “reformista” se propõe a conter a inflação, eliminar as “políticas intervencionistas do Estado” e a “atrair investimento estrangeiro através da redução das tensões nas relações internacionais”. Além, claro, da “justiça social”. Programa cuja consequência, denunciou Jalili, seria “paralisar o crescimento econômico do Irã”.

As eleições ocorrem em um momento em que o Irã tem se fortalecido com o ingresso na Organização de Cooperação de Xangai e nos BRICS, e pelos acordos estratégicos assinados com a Rússia e a China, de enorme abrangência econômica. O que é progressivo no sentido de romper com a ordem imperialista comandada pelos EUA.

É um momento de grande tensão do Irã com o imperialismo e seus agentes na região, como o sionismo. Há o genocídio em curso em Gaza, ameaças de Israel de expandir a guerra ao Líbano e ao Hezbolah. Além das provocações do regime de Tel Aviv, como o bombardeio de uma embaixada do Irã na Síria, que levou a uma resposta imediata.

A soberania do Irã é uma pedra no sapato do imperialismo estadunidense, sendo uma provável ameaça a volta de Trump, que rasgou os acordos nucleares, ao governo dos EUA.

Como uma nação oprimida, o Irã deve ser defendido contra as pressões externas e internas do imperialismo. A derrota das forças Imperialistas no Irã fortalece a luta dos trabalhadores de todo o mundo.

 

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