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Neymarização do futebol: rebaixamento estético do esporte e decadência dos paradigmas culturais populares

Neymarização do futebol: rebaixamento estético do esporte e decadência dos paradigmas culturais populares

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Leonardo Lima Ribeiro

Desde a consolidação de Neymar como figura de destaque houve uma ruptura de paradigma cultural no modo de estar em campo. Como fenômeno de marketing, sua mentalidade particular acintosa migrou, sendo internalizada por adolescentes que, hoje, estão jogando pela seleção brasileira. 
Mesmo sem o futebol razoável do fascistinha mor do esporte nacional (Neymar) foi, contudo, perpetuada sua típica cretinice cotidiana, a qual transbordou para os gramados e respingou nas telas diversas impulsionadas pela mídia de massas.

O resultado não é apenas o impacto ideológico fora de campo no tecido social, mas, retornando aos gramados, fundamentalmente dentro dos estádios. Em sua esmagadora maioria, os jogadores pensam entrar em campo como se estivessem em um iate de luxo e com tietes ao redor à sua disposição, de modo a seguirem com sua pornochanchada espúria típica das ditaduras mais toscas. Carnaval niilista de quinta vivenciado o ano inteiro por canalhas psicóticos e narcisistas. 
Conclusão: a neymarizazação da sociedade e sua percepção a respeito do que significa praticar futebol parece ser um problema tão grave quanto a bolsonarização como fenômeno político pós-moderno. Neymar e Bolsonaro são polos de reforço da autodestruição do tecido social, em momento de crise intensa do capital. É preciso mais crise para tentar fazer sangrar não apenas economicamente o povo, mas lobotomizá-lo culturalmente em sua autoimplosão estética, esvaziada de paradigmas e horizontes humanos emancipatórios. 
O agravante é que estamos mais avançados na luta antibolsonarista do que na luta antineymarista. Isso está trazendo terríveis consequências para estabelecimento dos critérios acerca dos paråmetros estéticos dos próprios indivíduos sobre práticas esportivas e gostos culturais.
E o resultado já está aí para quem quiser perceber. Tão ruim quanto as cores verde e amarela, convergindo em uma camisa horrorosa desde as passeatas golpistas pró-Aécio, é a neymarização do futebol como espírito nacional.
Ademais, é podre que as análises esportivas tentem criar a ideia de um retorno de Neymar para salvar a seleção, como se não fosse ele e seu marketing de conteúdo os justos causadores do que se tornou a seleção ideologicamente. A mentalidade e o comportamento dos jogadores de hoje são as consequências lógicas do rebaixamento e decadência dos horizontes populares, sob a batuta da propaganda de massas que sustenta a mentalidade em questão, escamoteando as engrenagens que mantêm a CBF como parte do capitalismo esportivo.

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