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ARGENTINA: a desgraça do governo Milei e a luta de classes

ARGENTINA: a desgraça do governo Milei e a luta de classes

O governo neofascista de Milei na Argentina, apoiado pelo capital financeiro e pelo imperialismo, é um ensaio para toda América Latina. A grande burguesia está com Milei. Derrotar Milei é, também, derrotar os grandes capitalistas.

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Manifestação contra o governo neofascista de Milei (Foto: reprodução)

 

Os dados econômicos e sociais do meio ano do governo de Javier Milei são brutais e dramáticos. Milhões de seres humanos sofrem de alguma forma de insuficiência alimentar, e muitos outros milhões estão afundados na pobreza. Milhões de trabalhadores viram os seus rendimentos diminuídos. A recuperação «em V» não aparece em lugar nenhum. Mas, mesmo que em algum momento comece uma recuperação – não há crises capitalistas sem saída – será a custo do incrível sofrimento das massas exploradas e oprimidas. Considerando, além disso, que um rebote não é sinônimo de desenvolvimento sustentado das forças produtivas. Na última década houve vários «rebotes» da economia – variações do produto têm forma de serra – sem que nada mudasse de fundo.

Diante deste panorama, houve resistência por parte da classe trabalhadora e dos setores populares. Duas greves gerais, manifestações - entre elas, a a massiva manifestação em defesa das universidades - e outras expressões de rejeição a medidas do governo neofascista de Milei. Porém, essas ações não pararam a ofensiva sobre o povo trabalhador. Acima de questionamentos e tensões, a maioria das forças burguesas concorda na orientação mais geral do governo pró-imperialista de Milei. Medidas como a redução - para não dizer eliminação - do direito de greve; a restrição da liberdade de manifestação; a flexibilização ou anulação de regulamentos que põem fim aos empregadores nos locais de trabalho; a redução dos salários; o ataque a organizações sociais, e similares- gozam de consenso da maioria dos partidos burgueses, das câmaras empresariais e da mídia.

Algo disso, é expresso na ida ao ato de convergência com o governo, chamado Pacto de Maio, em 8 de julho em Tucumán. Foi apoiado por quatro governadores peronistas (incluindo Zamora, de Santiago del Estero, até ontem mesmo kirchnerista); cinco dos partidos provinciais (incluímos Vidal, de Santa Cruz); cinco da UCR  (União Cívica Radical) e cinco de PRO (Proposta Republicana). Do lado dos empresários, manifestaram o seu acordo com "a reforma tributária e a reforma trabalhista" a Associação de Bancos; a Bolsa de Comércio; a Câmara Argentina de Comércio e Serviços; a Câmara Argentina da Construção; a Sociedade Rural; a União Industrial. A Associação Empresarial Argentina também aderiu, ao mesmo tempo que pediu, entre outras demandas, o avanço na reforma trabalhista que contemplava o DNU 70/2023, por enquanto travado na Justiça.

O confronto é claramente levantado em termos das duas grandes classes sociais, o capital e o trabalho. O nacionalismo burguês reformista não oferece uma alternativa superadora para a classe trabalhadora e as massas populares. É necessário avançar para a organização dos explorados, independente do Estado e dos partidos defensores do capital.

 

Fonte: https://elporteno.cl/argentina-a-medio-ano-de-gobierno-mileista-el-enfrentamiento-esta-planteado-claramente-en-terminos-de-las-dos-grandes-clases-sociales-el-capital-y-el-trabajo/

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