51 anos do Golpe Militar da burguesia e do imperialismo: e foi ontem
A data marca a inviabilidade do reformismo, superando o debate entre reformistas e revolucionários, assinalando com meridiana clareza que o único caminho para o Socialismo é a ação direta de ruptura institucional e de organização da classe para expropriar a burguesia. Chamamos tal ato de revolução social, de derrota política, econômica e militar da burguesia, o governo da classe trabalhadora, o socialismo.
Militares golpistas cercam o Palácio de La Moneda, em 11 de setembro de 1973 - AFP
Gustavo Burgos
Ferozmemte evocativo, 11 de setembro parece uma data escrita em pedra. As marchas militares nas rádios, os Hawker Hunters bombardeando La Moneda e a voz de Allende se insgueirando pela estática, os gritos e as balas. Abertas as infernais portas do fascismo pinochetista, uma geração completa do melhor da classe trabalhadora, quadros, organizações de base, Cordões Industriais e correntes políticas revolucionárias, um capital político da classe que vinha se acumulando desde os tempos de Recabarren, foi sacrificado em oferenda no altar da democracia burguesa.
A data marca a inviabilidade do reformismo, superando o debate entre reformistas e revolucionários, assinalando com meridiana clareza que o único caminho para o Socialismo é a ação direta de ruptura institucional e de organização da classe para expropriar a burguesia. Chamamos tal ato de revolução social, de derrota política, econômica e militar da burguesia, o governo da classe trabalhadora, o socialismo.
Não há caminho chileno para o socialismo, do momento que o 11 de setembro rubrica trágica e monumentalmente a impossibilidade da transformação pacífica da sociedade para o socialismo.
O naufrágio do reformismo, recentemente endossado com o fracasso de duas convenções constitucionais, indica a quem quiser vê-lo que as instituições democrático-burguesas, que de democráticas só têm as eleições periódicas, encobrem apenas miséria, exploração, corrupção e repressão a toda forma de resistência popular. Não há democracia possível enquanto o grande capital governar, o que explica por que vivemos hoje sob a ditadura inclemente da burguesia, aquele 1% que toma conta de mais de 50% do PIB.
O programa “antifascista” com o qual o atual governo de Boric chega a La Moneda é outra expressão, agora em tom de comédia, da mesma impotência do reformismo. Para "evitar que Kast chegasse", Boric implantou a maior ofensiva contra os trabalhadores desde 1990.
O combate a todas as formas de resistência popular (que chamam de “estabilização”) e o saque das riquezas nacionais em benefício do capital financeiro e das corporações imperialistas são claramente observados no TPP11, no Acordo com a União Europeia, o subsídio às ISAPRES, às AFPs e o presente do lítio a Ponce Lerou. Para materializar tal programa foi necessária uma política concordante de impunidade para os estupradores aos direitos humanos, para Piñera, o general Yáñez e todo aquele que direcione suas armas contra o povo.
Se hoje as pessoas não estão nas ruas, isso só se deve à perplexidade política gerada por um governo que os trabalhadores acreditavam ser seu. A falta de expressão política do descontentamento popular, que repetimos se traduz em desorganização e perplexidade, é o único pilar em que se sustenta um regime que hoje se desfaz, dilacerado pela corrupção dos mais altos poderes do Estado.
A saída para esta crise social profunda e crônica só poderá ser encontrada de mãos dadas com a organização e mobilização popular, em busca do governo da maioria explorada, politicamente emancipada de toda tutela da institucionalidade patronal.
Viva os trabalhadores, viva o povo, viva a revolução e o socialismo!!!
Original: https://elporteno.cl/51-anos-del-golpe-militar-de-la-burguesia-y-el-imperialismo-y-fue-ayer/