Kamala X Trump: farinha do mesmo saco imperialista
Debate presidencial entre Kamala e Trump demonstra consenso bipartidário sobre assuntos de política externa nos EUA. Por trás de desavenças pontuais, ambos os candidatos são financiados por setores da burguesia interessados na hegemonia global do imperialismo estadunidense.
Trump e Kamala: duas faces do imperialismo estadunidense (AP Photo / Alex Brandon)
Na terça-feira (10/9), o primeiro debate entre os candidatos à presidência do EUA, Donald Trump (Rpublicano) e Kamala Harris (Democrata), demonstrou mais uma vez o amplo consenso que os principais assuntos de política externa gozam entre os setores das classes dominantes sobre a política norte-americana.
Considerando o amplo espectro de problemas sociais que os EUA enfrentam hoje, desde acesso à moradia, saúde e transporte até epidemia de uso de opioides entre diversos grupos etários da população, o papel da política externa poderia ser relegado ao segundo plano. Mas esses problema não signiicam nada para os poderosos grupos econômicos por detrás das candidaturas de Kamala Harris (Democrata) e Donald Trump (Republicano). O importante é continuar apoiando o Estado de Israel e o genocídio do povo palestino.
Durante o debate presidencial, a candidata democrata Kamala Harris reafirmou a posição da administração Biden, dizendo que "Israel tem o direito de se defender", ainda que reconhecendo que "muitos palestinos inocentes faleceram". O ex-presidente Donald Trump notou a ausência de Harris na recepção ao líder israelense Benjamin Netanyahu pelo Congresso dos EUA, o que seria um sinal de que ela "odeia Israel" e também "a população árabe".
Em relação à guerra de encomenda (OTAN/Rússia) contra Rússia, algumas diferenças táticas.
Durante o debate, Trump defendeu que o fim do conflito na Ucrânia interessa aos EUA, dizendo ser capaz de negociar a paz ainda antes de assumir a presidência. Já Kamala Harris se comprometeu a liderar o apoio ocidental a Kiev, acusando seu opositor de estar sendo manipulado.
Kamala adere à visão mais convencional nos EUA, de que a continuidade da hegemonia depende da manutenção da ordem liberal-imperialista. Nesses termos, busca-se legitimar o domínio estadunidense com base em um discurso pautado no liberalismo político – especialmente com ideologia a defesa da democracia e dos direitos humanos como temas universais.
Por outro lado, o candidato republicano Donald Trump aposta numa retórica unilateral e busca a manutenção do domínio com base na construção dos meios de força e no nacionalismo econômico.
Na verdade, o consenso bipartidário (Democratas e Repúblicanos) em relação a potências como China e Rússia se expressão sobretudo nas estratégias de defesa nacional de Trump e Biden. Ambos enfatizam a necessidade de conter e cercar a China, limitando sua influência global e crescimento econômico. Quanto à Russia o objetivo é enfraquecê-la, isolá-la, derrotá-la e transformá-la numa colônia, o que não está dando.
Kamala ou Trump ganhando, os países periféricos, os povos oprimidos e os trabalhadores devem levar uma poderosa luta anti-imperialista.