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Dia da igualdade salarial: abismo entre homens e mulheres favorece a exploração capitalista

Dia da igualdade salarial: abismo entre homens e mulheres favorece a exploração capitalista

Nesta quarta-feira, 18 de setembro de 2024, a Organização das Nações Unidas (ONU), comemora o Dia Internacional da Igualdade Salarial, data instituída em 2019 com o objetivo de chamar a atenção para a persistente desigualdade salarial entre homens e mulheres. O marco, celebrado anualmente, é produto da luta de classes em defesa dos direitos das mulheres trabalhadoras.

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Foto: Reproodução

 

Relatórios internacionais reforçam a dimensão do problema. O Fórum Econômico Mundial (FEM), que desde 2006 monitora a desigualdade de gênero, projeta que serão necessários 257 anos para eliminar a disparidade econômica entre homens e mulheres, caso o ritmo atual de progresso seja mantido. A desigualdade é agravada por fatores como a baixa presença feminina em cargos de liderança, estagnação salarial e menor participação das mulheres no mercado de trabalho.

A automação e a exclusão tecnológica também figuram entre os principais obstáculos enfrentados pelas mulheres. De acordo com o FEM, as mulheres sofrem um “triplo golpe”: primeiro, estão subrepresentadas em setores que têm sido fortemente impactados pela automação, como funções administrativas e no varejo. Segundo, há uma escassez de mulheres nas áreas de maior crescimento salarial, como as profissões tecnológicas. Como consequência, muitas acabam concentradas em empregos de médio ou baixo rendimento, cujos salários permanecem estagnados desde a crise financeira de 2008.

Além disso, barreiras estruturais, como a falta de serviços de cuidado infantil e o difícil acesso ao desenvolvimento educacional, dificultam a trajetória das mulheres no mercado de trabalho. Em média, elas dedicam o dobro do tempo em atividades de cuidado e trabalho voluntário.

No Brasil, medidas recentes buscam reduzir a disparidade salarial entre homens e mulheres. Em 3 de julho de 2024, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou o Projeto de Lei nº 1.085, que estabelece regras mais rígidas para combater a desigualdade salarial. A nova legislação exige que empresas com mais de 100 funcionários apresentem relatórios semestrais com informações sobre a remuneração de homens e mulheres, facilitando a comparação entre salários e a transparência nos critérios de pagamento.

As empresas que descumprirem a lei estarão sujeitas a multas, que podem ser ampliadas em até dez vezes em casos de reincidência. A legislação também prevê indenização por danos morais em casos de discriminação por sexo, raça, etnia, origem ou idade.

Entre as medidas implementadas pela nova legislação, destaca-se a promoção de programas de diversidade e inclusão no ambiente de trabalho, bem como a capacitação de lideranças e funcionários sobre a equidade de gênero. Além disso, há incentivos à formação e qualificação de mulheres, com o objetivo de garantir igualdade de condições no ingresso e ascensão no mercado de trabalho.

Embora as iniciativas representem um avanço na promoção da igualdade salarial, o caminho para a equidade de gênero ainda exige mudanças estruturais (reforma agrária, saúde e educação para todos, reforma urbana, saneamento, por exemplo) e esforço contínuo, tanto no Brasil quanto no cenário global. Noutras palavras, exige uma maior organização das trabalhadoras e trabalhadores em seus sindicatos e locais de moradia para fazer valer seus direitos.

 

Fonte: https://www.cut.org.br/noticias/dia-da-igualdade-salarial-chama-a-atencao-para-o-abismo-entre-homens-e-mulheres-6d8b

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