A “INLEIÇÃO” DA “INGREJA”
Foto: redes sociais
Paulo Eduardo
Vinte e cinco de outubro de 2024 da era cristã, dois dias antes da Terra parar. A Terra Prometida, para uns, a Terra em Transe, para outros, Fortaleza, a capital do sol infernal, será governada por um menino de recado, que nasceu exatamente numa cidade que reproduz, ano após ano, a manjedoura pobre do menino Jesus bastardo. O moleque foi eleito sob o plano satânico e divino, que já havia dado certo em 2018, nacionalmente, no país do pecado e da salvação comprados na universal ou na assembleia do pastor.
A fórmula vitoriosa congrega a hipocrisia da burguesia fortalezense com a lavagem cerebral dos líderes religiosos na periferia, que mesmo odiando os saudosos Pirambu, Lagamar, Bom Jardim e Serveluz, sobem os morros das favelas e andam pelas veredas dessa mesma periferia, como se gostassem da cor marrom da pele dos que pegam ônibus lotado, assaltado, quebrado; do cheiro do perfume comprado na loja de papel; como se o próprio Cristo tivesse, em carne e osso, descido dos céus e mostrado o novo Moisés, que livraria os cativos da “porcaria” da esquerda.
Como se não bastasse o cumprimento da profecia do fim do mundo, tudo foi meticulosamente transmitido, produzido e reproduzido pelos meios de comunicação, tão neutros e translúcidos quanto a água podre das chuvas de inverno que inundam a Barra, o Tancredo e a Heráclito Graça, onde o próprio menino mimado e sem pelo no orifício anal já tomou banho, só para mostrar sua humildade e compromisso com a leptospirose do centenário e honrado Kanal de Porangabussu. Caso a imprensa ou o outro paladino mirim da verdade e da justiça achem ruim meu linguajá chulo, descomprometido com a democracia liberal e anticristão, apelo para a liberdade de imprensa, de expressão, subterfúgio tão utilizado pela própria imprensa, fabricante de narrativas vencedoras tão falsas quanto as necessidades e a eficácia dos produtos que as propagadas que esses veículos fazem vender. Eu já falei que eu odeio a classe média? Por que o amor e a justiça sempre vencem?