Soberania nacional: Presidente da Bolívia anuncia novo contrato de lítio com a China
O presidente boliviano, Luis Arce, confirmou, em um discurso pelo 214º aniversário da façanha libertária de Potosí, a assinatura de um segundo contrato com a China para a industrialização do lítio. Isso é um exemplo de soberania nacional e de rompimento com as cadeias do imperialismo dos EUA.
Foto: Prensa Latina
"Também planejamos na próxima semana poder assinar o segundo contrato com uma empresa chinesa e, portanto, seria o segundo contrato que enviaríamos à Assembleia Legislativa Plurinacional (ALP) (...)", disse ele neste domingo durante um evento na capital de Potosí.
O primeiro acordo enviado à ALP foi assinado em setembro deste ano entre a Yacimientos de Litio Bolivianos (YLB) e a empresa russa Uranium One Group para produzir 14 mil toneladas de carbonato de lítio anualmente no Salar de Uyuni, Potosí, com tecnologia de extração direta (EDL).
De acordo com a YLB, a EDL, ao contrário da metodologia tradicional, em alguns casos, triplica a produção em menos tempo.
O governo nacional, por meio da YLB, começou a assinar acordos com empresas estrangeiras em 2022 para a localização de plantas piloto e industriais, com tecnologia EDL, nas salinas do país.
Trata-se de acordos assinados com a empresa chinesa Citic Guoan, com o russo Uranium One Group e o consórcio chinês CBC, para a localização de usinas capazes de produzir de mil a 25 mil toneladas de carbonato de lítio por ano nas salinas de Uyuni e Pastos Grandes.
Arce disse que um acordo assinado em 11 de setembro com a Rússia na Casa Grande del Pueblo (sede do governo) faz parte da obtenção de uma ampla base para a economia nacional.
"Estamos fazendo investimentos em mineração, em hidrocarbonetos, e agora com esses investimentos que serão feitos em lítio ampliamos nossa base econômica", disse.
Informou então que este contrato visa construir uma planta industrial de 14 mil toneladas por ano de produção de carbonato de lítio, grau bateria, com tecnologia EDL e um investimento de 970 milhões de dólares.
Sublinhou que, como em todo o tipo de negócios, esta fábrica vai arrancar gradualmente até atingir as 14 mil toneladas em três fases.
Entre as vantagens desta tecnologia está a alta recuperação de matéria-prima (lítio) em mais de 80 por cento, muito mais eficiente do que a obtida através de piscinas de evaporação, que mal chegam a 12%, sem depender das condições meteorológicas, segundo a YLB.
As autoridades reiteram que esses acordos são assinados no contexto do modelo de negócios soberano, por meio do qual o Estado boliviano garante o controle absoluto, por meio da YLB, na construção de usinas, produção, comercialização e toda a cadeia produtiva de lítio e outros recursos evaporíticos.