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Israel conspira com Bolsonaro para derrubar Lula

Israel conspira com Bolsonaro para derrubar Lula

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Aloisio Gonçalves Filho (11/11/2023)

No dia 8 de novembro (4ª feira) a Polícia Federal deflagrou a Operação Trapiche com o objetivo de interromper supostos “atos preparatórios de terrorismo”. Foram cumpridos dois mandados de prisão e 11 mandados de busca e apreensão, em Minas Gerais, São Paulo e Distrito Federal.

Nessa mesma 4ª feira, o governo de Israel divulgou uma nota afirmando que o Mossad (Agência de Inteligência Nacional de Israel) apoiou a ação da PF no Brasil e que os alvos seriam pessoas supostamente ligadas ao grupo libanês Hezbollah, financiado pelo Irã. Sustenta ainda que a Mossad e outras agências de segurança internacionais teriam conseguido evitar um ataque terrorista contra a comunidade judaica no Brasil e “que estava sendo planejado pela organização terrorista Hezbollah, direcionada e financiada pelo regime do Irã”. (Carta Capital – 9/11/23)

Reação do Ministro Flávio Dino

Na 5ª feira (9/11) o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino afirmou que “nenhum representante de governo estrangeiro pode pretender antecipar resultado de investigação conduzida pela Polícia Federal ... Apreciamos a cooperação internacional cabível, mas repelimos que qualquer autoridade estrangeira que cogite dirigir os órgãos policiais brasileiros, ou usar investigações que nos cabem para fins de propaganda de seus interesses políticos”. (Carta Capital – 9/11/23)

Essa provocação tem origem

A resposta do ministro Dino foi firme e seria o suficiente se estivéssemos tratando de um caso isolado. Mas, na verdade trata-se de uma situação bem mais complexa e que se iniciou há alguns anos. Lembremos dos acordos do governo Bolsonaro com o estado de Israel.

Segundo matéria da Agência Brasil, no dia 31/03/2019, foram firmados cinco acordos de cooperação em áreas distintas. Foram assinados acordos na área de defesa, serviços aéreos, prevenção e combate ao crime organizado, ciência e tecnologia e um memorando de entendimento em segurança cibernética.

Nesses acordos está prevista a cooperação em diversos setores como petróleo, gás, termoeletricidade e energias renováveis. Os dois governos enfatizaram ainda a determinação de adotarem inciativas militares conjuntas, abrindo caminho para laços mais estreitos neste campo.

Ainda no site da Agência Brasil, fica claro que durante a declaração, Bolsonaro e Netanyahu reiteraram o reconhecimento do Brasil e Israel por Juan Guaidó, golpista que se autodeclarou presidente interino da Venezuela, como “líder legítimo”. Enfatizaram ainda o comprometimento dos dois países em apoiar o povo venezuelano em sua luta pelo fim do regime de Nicolás Maduro.

Portanto, não é exagero dizer que existe um acordo de cooperação mútua entre o governo de Israel e a extrema-direita no Brasil. Basta lembrarmos que foi durante o governo Bolsonaro que várias igrejas neopentecostais começaram a exibir a bandeira de Israel, fazendo uma ligação entre o estado de Israel com a Israel bíblica. Os parlamentares de extrema-direita estão fazendo uma defesa raivosa do governo de Israel e atacam a Palestina procurando ligar os palestinos ao terrorismo. Com isso, voltam a falar para suas bases neopentecostais e a reorganizá-las para a luta contra o governo Lula, pois este se nega a apoiar o massacre que Israel faz ao povo palestino.

Essa ligação entre a extrema-direita brasileira e Israel fica ainda mais clara quando o embaixador de Israel, Daniel Zohar, se reúne com Bolsonaro e deputados da extrema-direita. E também, quando o embaixador faz críticas ao governo Lula na imprensa por este não dar uma declaração mais dura contra os ataques do Hamaz contra Israel.

Apesar de ser chamado ao Itamaraty, onde ouviu críticas às suas declarações, Zohar não se intimidou e continua em ação. Isso, com certeza, só é possível porque ele não age por conta própria e sim por orientação do governo de Israel.

O objetivo é atacar o governo brasileiro porque o mesmo não apoia Israel no massacre ao povo palestino. Como retaliação, reteve os brasileiros em Gaza não emitindo autorização para que os mesmos deixem o país. Não por coincidência, esses brasileiros foram autorizados a deixar Gaza após a reunião do embaixador Zohar com Bolsonaro e os deputados de extrema-direita. Israel age de forma explícita para o fortalecimento da extrema-direita em nosso país ajudando a construir táticas de desgaste do governo.

Quando vemos ainda a declaração do governo de Israel sobre a Operação Trapiche, quando afirma que “o ataque terrorista estava sendo planejado pela organização terrorista Hezbollah, direcionada e financiada pelo regime do Irã”, devemos ficar de olhos bem abertos para um ataque maior ainda. Com certeza planejam forçar um rompimento de relações entre Brasil e Irã, levando consequentemente a um estremecimento das relações no BRICs.

Estamos diante de mais um ataque do imperialismo estadunidense contra o povo brasileiro, sendo que dessa vez, Israel age como um agente teleguiado.

Lindbergh pede a expulsão do embaixador de Israel após reunião com Bolsonaro.

Até agora, Lula tem sido cauteloso quanto a romper relações entre Brasil e Israel. Com certeza, não é uma situação fácil de se tomar, pois além de pensar nos brasileiros que estavam retidos na Faixa de Gaza, há de se pensar quais a consequências dessa decisão em todo o mundo. Sabemos que estamos enfrentando uma das maiores crises do capitalismo e que há um processo de redivisão do mundo, com golpes políticos, militares, guerras por procuração e que podem até mesmo chegar a uma guerra mundial. Portanto, não se pode tomar medidas com base na indignação. É como um tabuleiro de xadrez, quando se meche uma peça, já se tem planejado vários movimentos à frente.

Mas, diante de tal situação, a cautela passa a ser exagerada. Estão dentro de nosso país, com infiltrados no Congresso e na Polícia Federal, traçando um novo golpe para derrubar o governo legitimamente eleito. O governo Lula precisa romper imediatamente as relações com Israel, expulsando o embaixador golpista.

Está certo o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) que reivindicou a expulsão do embaixador de Israel no Brasil. A reunião de Daniel Zohar Zonshine, no Congresso Nacional com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de parlamentares da extrema-direita, na 4ª feira, é mais que um sinal, é uma realidade. O golpe está sendo traçado novamente!

  • Pelo rompimento imediato das relações entre Brasil e Israel;
  • Pela expulsão do embaixador Israelense Daniel Zohar;
  • Todo apoio ao povo palestino;
  • Sem anistia, golpistas na cadeia!
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