SÃO PAULO: campanha salarial, derrota econômica, avanço político em Campinas
De 4,52 para 3,69!!! Em 2024, o prefeito Dário e a diretoria do STMC fizeram pior que em 2023.
Movimento dos Trabalhadores em Educação - MTE
Divulgamos abaixo a nota de balanço da campanha salarial da Oposição Unidade e Luta (OUL), a maior oposição dos servidores públicos de Campinas. A OUL é composta por companheiras do PT, PSOL e PC e servidoras independentes. O MTE participa da OUL.
Desde o princípio dessa campanha sabíamos que com a atual direção sindical, vinculada ao PSB, à CTB e obediente ao prefeito Dário Saad (Republicanos), a derrota econômica estava no horizonte, mas avaliamos como positivo o ganho político da unidade dos coletivos de oposição, a união cada vez mais ampla dos trabalhadores organizados e em luta, articulação que precisa ser aprimorada nos próximos meses e incrementada com uma campanha de filiação até o final do ano.
Em 2022 e 2023, as derrotas econômicas consecutivas resultaram em rebeldias justas mas desprovidas de unidade e organização política, o que levou à desfilação em massa da categoria, ao distanciamento entre as oposições e, consequentemente, à derrota também política.
"De tempos a tempos os operários vencem, mas só transitoriamente. O resultado propriamente dito das suas lutas não é o êxito imediato, mas a união dos operários que cada vez mais se amplia. Ela é promovida pelos meios crescentes de comunicação, criados pela grande indústria, que põem os operários das diversas localidades em contacto uns com os outros. Basta, porém, este contacto para centralizar as muitas lutas locais, por toda a parte com o mesmo carácter, numa luta nacional, numa luta de classes." (Marx e Engels, I - Burgueses e Proletários, Manifesto do Partido Comunista, 1848).
O MTE ocupou espaços na oposição, fez as disputas que precisavam ser feitas, propôs o debate, alavancou sindicalizações, politizou o movimento. Seguimos adiante!
Para saber mais: CAMPINAS/SP: a luta dos servidores por uma campanha salarial de verdade
De 4,52 para 3,69!!!
Em 2024, o prefeito Dário e a diretoria do STMC fizeram pior que em 2023.
Apesar da arrecadação de Campinas ter crescido 7,62% no primeiro quadrimestre do ano e do reajuste salarial do próprio prefeito, vice-prefeito e seus secretários ser de 59,2% para cima, para os servidores públicos Dário rebaixou o índice de recomposição salarial para míseros 3,69%. E a direção sindical aprovou essa migalha que é dez vezes menos do que o governo municipal nos deve, 30,33%.
De acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), o poder executivo municipal pode comprometer até 54% das suas receitas em gastos com pessoal. Apenas ao atingir 95% desse limite (ou seja, 51,3%) é que se aplicam impedimentos como concessão de aumentos, reajuste ou adequações de remuneração a qualquer título, criação e provimento de cargos públicos, por exemplo.
No primeiro quadrimestre de 2024, Campinas registrou um gasto de 35,7% com a folha de pagamento do quadro de servidores, ou seja, permaneceu muito distante dos limites impostos pela LRF (51,3%).
Qual a intenção desse congelamento de salários e desmonte dos serviços públicos municipais?
O que o governo ganha com isso?
Não temos acordo com a LRF, que é uma lei neoliberal, mas o prefeito ainda foi mais longe, arrocha o arrocho e radicaliza a austeridade. Para quê?
Contra tudo isso, em uma movimentação inédita, diferentes coletivos de oposição sindical (aposentadas, adjuntos, monitoras, educadores,...), cuja existência se justifica pela insuficiência da atual direção sindical em representar os interesses da categoria, estiveram em unidade durante essa campanha salarial.
A unidade das oposições causou medo na direção sindical que em ligeira minoria recorreu aos comissionados e a truculência para impedir falas de oposição na assembleia, fugir da categoria pelas portas do fundo do Paço Municipal e convocar a força de seguranças e de guardas municipais para poder agir sob interesses cada vez mais distantes dos da base.
Entendemos que uma ampla campanha de sindicalização precisa acontecer em cada unidade de trabalho. Nossa força é coletiva e resistir é nossa condição.
Vamos retomar nosso sindicato, nosso instrumento de luta, e colocá-lo a serviço dos nossos interesses. Quando não quisermos mais, eles não poderão mais!
Sindicalize-se!
Para derrotar a direita, o assédio e a traição, venha e traga seus colegas de trabalho para construir a Oposição Unidade e Luta.