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Comunidades indígenas sob ataque de latifundiários e capitalistas

Comunidades indígenas sob ataque de latifundiários e capitalistas

Nos últimos dois dias, foram pelo menos seis atentados contra comunidades indígenas no oeste do Paraná, no Rio Grande do Sul e Mato Grosso Sul. É preciso construir uma rede de solidariedade e resistência dos partidos de esquerda, do movimento sindical, das organizações populares e dos setores democráticos às comunidades indígenas.

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Indígenas Avá Guarani da Terra Indígena Guasu Guavira retomam parte de seu território. Em represália, foram atacados no último sábado (13) por grupo de fazendeiros. Foto: Arquivo Cimi Sul

 

Pelo menos mais três ataques armados somaram-se aos outros três ocorridos nesse final de semana contra comunidades indígenas de três estados do país. Os atentados atingiram a comunidade Pekuruty, do povo Guarani Mbya, no Rio Grande do Sul, a comunidade Guarani Kaiowá do tekoha Kunumi Vera, localizada na Terra Indígena (TI) Dourados-Amambaipeguá I, no Mato Grosso do Sul, e a comunidade Avá-Guarani do tekoha Tatury, parte da TI Tekoha Guasu Guavirá, no oeste do Paraná.

Neste final de semana, já haviam sido registrados ataques a outras três comunidades nestes mesmos estados: um contra o povo Kaingang da retomada Fág Nor, em Pontão (RS); outro contra o povo Avá-Guarani dos tekoha Arapoty e Arakoé, também da TI Guasu Guavira; e ainda um terceiro, no território da TI Panambi – Lagoa Rica, em Douradina, Mato Grosso do Sul, contra os Guarani e Kaiowá. No total, foram seis atentados contra comunidades indígenas em menos de 48 horas. 

No último sábado (13), a comunidade Pekuruty, localizada no município de Eldorado do Sul (RS), também foi alvo de tiros disparados contra suas casas. Segundo o relato de lideranças Guarani Mbya, era noite quando uma camionete parou no acostamento da BR 290, em frente ao acampamento indígena. Os disparos foram ouvidos em seguida, sucedidos, em poucos segundos, pela saída do carro em alta velocidade. 

Já na manhã da segunda-feira (15), a mira se voltou contra os Guarani Kaiowá do tekoha Kunumi Vera, localizada na Terra Indígena (TI) Dourados-Amambaipegua I. O ataque se deu após a retomada de parte do território da comunidade. Na ocasião, um grupo de homens armados invadiu o tekoha e disparou contra os indígenas. Uma jovem foi atingida na perna e, até o final da tarde encontrava-se no território, sem atendimento médico.

De igual modo, na manhã da segunda-feira (15), foram atacados indígenas Avá-Guarani do tekoha Tatury, que é parte da TI Guasu Guavirá. Espremidos em uma área diminuta, os Avá-Guarani decidiram ocupar um pedaço de terra que fica ao lado do tekoha Tatury. Em represália, um grupo de fazendeiros cercou a comunidade e atropelou quatro indígenas, que estão feridos e, até o final da tarde desta segunda-feira, permaneciam sem atendimento.

Apesar de serem povos e localidades distintas, as seis comunidades sob ataque possuem algo em comum: nenhuma delas tem seu processo de demarcação concluído. A falta de terra impacta nas condições de vida dos indígenas, expostos à vulnerabilidade social e à violência.

A atual vigência da  Lei 14. 701, que institui a "tese do marco temporal", e a morosidade do Estado em demarcar as terras indígenas tem revelado, de forma muito concreta, sua verdadeira face aos povos indígenas do Brasil. Os sucessivos ataques ocorridos nestes últimos dias denotam uma escalada da violência protagonizada por grupos de fazendeiros organizados que, com armas em punho, ameaçam comunidades, destroem casas e cercam aldeias.

É preciso deter esses ataques dos latifundiários e capitalistas.

É preciso construir uma rede de solidariedade e resistência dos partidos de esquerda, do movimento sindical, das organizações populares e dos setores democráticos às comunidades indígenas.

Fonte: https://cimi.org.br/2024/07/novas-ataques-fazendeiros-tres-estados/

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