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Mínimo vai aumentar 92 reais, mas continuará um salário de fome para a população trabalhadora

Mínimo vai aumentar 92 reais, mas continuará um salário de fome para a população trabalhadora

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Como se nota no gráfico da imagem (clique aqui) de aumento do salário mínimo no Brasil durante o século XXI, praticamente os salários só tiveram aumento durante os governos do Partido dos Trabalhadores.

Esse é um bom referencial para a população. Por isso, no voto para presidente, sem fraude, sem lawfare, a direita não ganha do PT, precisa de golpes de Estado e da prisão de Lula para ganhar.

O percentual de aumento do salário mínimo para 2024 é bem maior se comparado com a política de aumento zero e fome de FHC (2001-2002), Temer (2016-2018) e Bolsonaro (2019-2022). Lula já determinou que o reajuste do salário mínimo será dos atuais R$ 1.320,00 para R$ 1.412,00 em 2024, quase 7%.

Todavia, o aumento parte de um patamar muito miserável e não recupera as perdas do período (2016-2022). Os governos golpistas congelaram os salários enquanto a inflação, incluindo a do governo Lula em 2023, seguiu aumentando (formalmente, cerca de 5% em 2023) e os 92 reais de diferença no novo mínimo não farão nenhuma alteração significativa no quadro de profundo arrocho salarial.

O custo médio da cesta básica no país recuou apenas 2% em 2023, consumindo ainda mais da metade do salário mínimo.

"A média da cesta de alimento básica no país está cerca de R$ 740 reais e consome 56% do salário mínimo, ante 58% do mesmo período do ano passado." (Brasil em Mapas: Custo médio da cesta básica de alimento no Brasil (2023)).

Sendo assim, e apenas matematicamente - na vida do trabalhador os custos são bem maiores e os ingressos bem menores, sem contar que entre um e outro Estado a diferença é grande, a cesta básica média em São Paulo é de 779 reais, por exemplo - e se a cesta básica se mantivesse congelada até o dia em que o trabalhador vai receber esse aumento no mínimo, depois de comprar uma cesta só sobrariam 672 reais para o trabalhador viver durante o mês inteiro e pagar todas suas contas, boletos, o custo de vida. Ou seja, "a conta não fecha", não dá para viver assim. Como dissemos em artigo anterior sobre o tema:

"A Constituição Federal determina que o salário mínimo deve garantir a manunteção do poder de compra dos trabalhadores. Na verdade, representa o valor da força de trabalho que, segundo o DIEESE deveria ser de pelo menos R$ 6.294,71 em novembro." (Partido Comunista: Salário Mínimo de fome para 2024).

Logo, a diferença entre o salário mínimo pago e o necessário para que os trabalhadores manterem seu poder de compra é enorme. O assalariado que recebe menos no Brasil deveria receber cerca de 5 mil reais a mais do que a miséria que recebe.

Vale destacar ainda que graças à superexploração da classe trabalhadora pelos empresários nacionais e estrangeiros, através do subememprego, precarização, terceirização, uberização... 33 milhões de trabalhadores recebem menos que o mínimo (G1).

Se não romper significativamente com essa política de salário de fome, se cotinuar mantendo a política econômica e o ciclo de acumulação de capitais dos governos golpistas, que enricam mais ainda a burguesia enquanto levaram milhares de trabalhadores à fome e a formarem fila para receber osso para se alimentarem, Lula vai perder apoio social, eleitoral e a direita vai voltar a se fortalecer.

Para defender de forma consequente o mandato que foi dado a Lula pela classe trabalhadora em 2022 contra a reeleição de Bolsonaro é preciso criticar duramente a herança golpista-bolsonarista mantida no governo Lula.

A ruptura do governo Lula com a política econômica imposta pelos golpistas não depende de canetadas e de boas inteções apenas. Sabemos o quanto esse governo é refém da frente ampla eleitoral que montou com uma fração dos golpistas e ainda mais refém do Centrão que o devora por dentro. Por isso, temos a certeza que essa ruptura só virá com a luta de massas e de rua, greves e enfrentamentos da classe trabalhadora para derrotar a burguesia e seus representantes políticos. 

O Partido Comunista vem realizando essa campanha nacional para repor as perdas salariais da nossa classe com o arrocho imposto pelo golpe de Estado e pelo bolsonarismo, para conquistar o aumento real do salário mínimo em pelo menos 100%, rumo ao salário mínimo calculado pelo Dieese. Como dissemos:

Esses dados representam os limites do governo reformista de Lula, que deve ser defendido contra as investidas da extrema direita e do “Centrão”.

O governo Lula só avançará com fortes mobilizações populares em torno das reivindicações mais necessárias para milhões de brasileiros e brasileiras.

A luta por um salário mínimo que garanta melhores condições de vida para os trabalhadores é uma tarefa urgente para as organizações de nossa classe, como os sindicatos, as centrais sindicais e os partidos de esquerda.  (Partido Comunista: Salário Mínimo de fome para 2024).

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