Em defesa do mandato de Glauber Braga (PSOL/RJ)!
Glauber Fica! "Por que este caso é diferente? porque ele defende os interesses dos trabalhadores,... isso incomoda a muita gente, porque ele foi eleito para isso, para representar os trabalhadores, para enfrentar corruptos autoritários e golpistas que usam seus mandatos como instrumentos para seu próprio enriquecimento."
No dia 11 de setembro de 2024, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados decidiu, por 10 votos a 2, a admissibilidade da representação contra o deputado federal Glauber Braga, do Psol do Rio de Janeiro.
Ele é acusado de quebra de decoro por ter expulsado da Câmara, em abril passado, o integrante do grupo MBL, Gabriel Costenaro. O grupo MBL (Os irmãos Koch miram a América Latina) é uma agência de carreiristas criada pela ultradireita e financiada por bilionários dos EUA para intervir e modificar a política local, promovendo o golpismo e alavancando interesses financeiros desses bilionários no Brasil.
Agentes do imperialismo como o MBL distorcem ainda mais a já sistematicamente injusta política burguesa contra os trabalhadores. Seus métodos, conhecidos desde o golpe de 2016, são covardemente fascistóides quando estão em maioria e turbinados pelas redes virtuais hegemônicas, e de provocação contra a protestos sociais, universidades públicas, à esquerda em geral, para se passar como vítimas, ao mesmo tempo em que promovem a ideologia do ultraliberalismo, da educação como uma mercadoria e não como um direito social.
Por sua combatividade política, o Deputado do PSOL entrou na mira da provocação permanente do MBL e foi atacado e provocado por diversas vezes.
Por sua vez, o Congresso com mais fascistas e representantes da direita, da bancada miliciana, das empresas religiosas e do latifúndio criminoso, do que os anteriores, é coorporativo e defensor incondicional dos parlamentares que estimularam o golpismo de 8 de janeiro de 2023 contra a instituição do próprio Congresso e tantos outros criminosos alojados naquela casa.
Assine a campanha e pressione parlamentares e todos os representantes políticos a blidar de solidariedade o mandato de Glauber Braga: https://nossaluta.com.br/glauber-fica/
O mandato popular dado ao Deputado da esquerda do PSOL pela população trabalhadora, está sendo cassado pelo Congresso mais reacionário da história da República burguesa brasileira. O ataque a Glauber Braga é um ataque a todos nós. Abaixo, reproduzimos o discurso da Deputada Sâmia Bonfin, PSOL/SP, (em vídeo aqui) no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados no dia 11/09/2024, no DCM TV.
No discurso, a parlamentar enuncia em detalhes a cumplicidade entre o MBL e o presidente da Câmara dos Deputados para caçar Glauber Braga, fazendo graves denúncias das manipulações criminosas realizadas por Artur Lira, presidente da Câmara, contra os adversários: esse "homem é capaz de ir aos extremos mais cruéis para punir aqueles que ele considera seus adversários."
"Presidente, gostaria de começar reiterando que sim, o MBL é uma quadrilha, uma organização criminosa que patrocina, financia e promove criminosos como o que entrou na Câmara dos Deputados para provocar a mãe de um parlamentar que, infelizmente, alguns dias depois, faleceu. Eu gostaria de saber o que cada um dos parlamentares presentes aqui faria em uma situação como essa. Não vou perguntar àqueles com moral de chiqueiro, pois tenho certeza de que nem suas próprias mães seriam capazes de fazer uma defesa digna. Mas eu realmente quero saber, PS, o que você faria se sua mãe, alguns dias antes de falecer, estivesse sendo atacada, insultada e humilhada em seu ambiente de trabalho?
De acordo com os fatos neste conselho de ética desta legislatura, houve um total de 34 representações, variando de casos muito graves a leves e médios.
Até agora, apenas um caso avançou para um parecer preliminar, que é a fase justa em que estamos. Trata-se do caso do Senhor Chiquinho Brazão, que cometeu o assassinato de Marielle Franco.
Após 7 anos de luta por justiça, apenas um caso. Todos os outros, sem exceção, foram arquivados. Apenas três tiveram algum tipo de censura antes de serem arquivados. Destaco aqui alguns dos casos mais chocantes para que você tenha uma ideia da farsa que está montada hoje.
O Senhor Nicolas Ferreira foi à tribuna, colocou uma peruca—uma ofensa clara às parlamentares trans que estão nesta casa—e foi imediatamente arquivado, sem qualquer repreensão.
Durante uma sessão sobre o MST, a defesa da ditadura e os golpistas que patrocinaram a quebra do dia 8 de janeiro foram imediatamente arquivadas.
Nenhum desses casos sequer chegou ao conselho de ética; todos ainda estão na mesa do Senhor Arthur Lira.
O Senhor da Cunha, um vídeo apareceu na televisão mostrando-o batendo em sua namorada, e isso não é uma acusação—há provas em vídeo dele batendo em sua namorada. Seu caso foi arquivado, e sabe o que é interessante? Eu realmente queria debater isso com o relator. O relator até apresentou um voto em separado, se o relator se lembra, porque o arquivamento aconteceu junto com uma censura para o Senhor da Cunha.
O relator apresentou um voto em separado dizendo que nem deveria haver censura, apenas arquivamento imediato, porque acredita que o mandato parlamentar não deve ser cassado por uma acusação criminal que ainda nem foi julgada. Então, vamos ver se os votos dos colegas presentes aqui também foram para arquivar esses casos flagrantemente graves em que nada aconteceu.
Por que este caso é diferente?
Um deputado pode alegar que é porque eles não gostam do comportamento do Deputado Glauber, porque ele ofende e incomoda as pessoas. Imagino que, de fato, um mandato que defende os interesses dos trabalhadores, que não se curva a nenhum tipo de chantagem, que não transforma nenhuma pauta em balcão de negócios, que não passa o pires, que não pede favores, e que nunca—e com muito orgulho—pediu bênçãos ao Presidente da Câmara, qualquer pessoa que não participa de esquemas corruptos, isso deve realmente incomodar algumas pessoas.
Outras, que estão acostumadas com grandes esquemas de corrupção, acham isso natural. Por exemplo, em São Paulo, há um esquema de crime organizado com empresas de ônibus, e isso acontece naturalmente. Até mesmo dentro do partido, há parlamentares que foram pegos com dinheiro nas mãos, e tudo bem.
Agora, um parlamentar que usa seu mandato para defender os trabalhadores, isso incomoda a muita gente, porque ele foi eleito para isso, para representar os trabalhadores, para enfrentar corruptos autoritários e golpistas que usam seus mandatos como instrumentos para seu próprio enriquecimento.
E por que este caso é diferente?
Todos sabemos por quê: o Presidente da Câmara não gosta do Glauber, ele persegue o Glauber há várias legislaturas. E se duvidam, gostaria de pedir apenas mais um minuto, por favor,
Senhor Presidente, para concluir minha fala. Se duvidam que o Presidente da Câmara não gosta do Glauber, gostaria de lembrá-los de uma sessão em que, durante um dos debates, ele disse que gosta de vê-lo longe daqui, de não ter o Glauber como parlamentar na próxima legislatura.
E gostaria de compartilhar uma história que talvez poucas pessoas saibam. O Presidente da Câmara, sem me avisar nem a mais ninguém, simplesmente cortou a escolta de segurança que eu tinha direito após a tragédia que aconteceu com minha família, que todos conhecem. De uma hora para outra, ele cortou a escolta, e ninguém entendeu por quê. Eu não entendi. Descobri que foi porque, no mesmo dia, houve uma briga entre ele e o Glauber no plenário. Meu assessor foi falar com a mesa para tentar entender o motivo, e até hoje não recebi nenhuma resposta. Então, se você tem alguma dúvida, saiba que esse homem é capaz de ir aos extremos mais cruéis para punir aqueles que ele considera seus adversários.
Mas eu digo com muito orgulho, muito orgulho de ser parceira de alguém que tem um homem assim como seu principal oponente. Glauber segue de pé"
[Aplausos]