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O primeiro passo para uma nova internacional comunista é identificar o inimigo central

O primeiro passo para uma nova internacional comunista é identificar o inimigo central

Os partidos comunistas internacionais, nacionais e locais, grupos e indivíduos não têm uma direção central internacional, nem foco político central. Cada partido, grupo e indivíduo estão "fazendo suas próprias coisas", cada partido ou grupo e indivíduo, divididos pelo sectarismo. Esta situação confusa deve acabar, se quisermos seguir em frente como um movimento.

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Este vídeo tenta descrever a história do nosso movimento, não pelos debates sectários internos, mas pela história do inimigo imperialista, a fim de focar a direção do nosso movimento, não uns nos outros, mas no prop, inimigo de classe. Somente dessa forma os camaradas podem estender a mão em solidariedade, para começar a discussão necessária sobre como criar uma NOVA Internacional Comunista.

Olá, camaradas!

O meu nome é Mike Gimbel. Tenho 77 (80 em 2024) anos de idade.

Fui comunista toda a minha vida e estive envolvido na maior parte das maiores lutas, nos EUA, nas últimas sete ou mais décadas. Também fui membro do Conselho Executivo do Sindicato dos Funcionários Públicos da Cidade de Nova Iorque, no Local 375, AFSCME, AFL-CIO, durante mais de três décadas, usando essa posição para empurrar o movimento laboral para a esquerda.

Tenho muita experiência como ativista COMUNISTA, tanto antes como durante os meus MARAVILHOSOS 45 anos no Partido Mundial dos Trabalhadores (WWP), e continuando depois de deixar o WWP.  Além disso, fui um proeminente organizador e porta-voz sindical COMUNISTA, enquanto fui membro do WWP.

Nos últimos anos, tenho estado à margem dos acontecimentos partidários, pedindo aos nossos camaradas que compreendam os problemas do nosso movimento e da unidade comunista.

Enquanto eu era membro do WWP, assistimos com horror à luta de frações entre a URSS e a China, que levou o movimento comunista mundial a enfrentar um desastre, enquanto o movimento comunista mundial tomava erradamente partido sectário na disputa de frações.

O "campo socialista", para sorte do imperialismo liderado pelos EUA, dividiu-se e afundou. No entanto, as raízes da cisão e do colapso estavam décadas antes.

O WWP apelou ao movimento comunista, à URSS e à China, para a unidade comunista, sem sucesso.

Porque é que isto teve de acontecer? É isso que um MARXISTA deve perguntar a si próprio, não quem tinha razão ou quem estava errado!

A idolatria não é marxismo! Publicar fotografias de líderes comunistas e publicar citações de líderes marxistas NÃO É MARXISMO!

A VERDADE só pode ser revelada através de uma análise MARXISTA desapaixonada dos acontecimentos econômicos, políticos e militares, seguida de ACÇÃO para corrigir o problema!

Temos de ser leais ao marxismo, não aos líderes! Os líderes, mesmo os maiores líderes marxistas, não passam de seres humanos, sujeitos a todas as fragilidades da existência humana.

O triste estado atual do movimento comunista, não apenas nos EUA, mas em todo o mundo, tornou-se um problema que merece uma séria atenção da nossa parte.

O nosso movimento comunista está dividido numa multidão de partidos, grupos e indivíduos isolados, sem um centro político, sem uma direção política e sem sequer um conceito de quem ou o que é o nosso inimigo de classe comum.

Isto é um desastre!

Camaradas: Querem ver um movimento comunista unificado?

Eu sei que quero ver um movimento comunista unificado!

Tornou-se claro para mim, depois de anos a defender a unidade comunista, que o nosso movimento saiu completamente "dos trilhos", em resultado de décadas de sectarismo.

A trágica queda da URSS deveria ter posto "o prego no caixão" das disputas sectárias do passado e iniciado um esforço internacional para reorganizar o nosso movimento, de modo a lidar com as novas condições criadas por essa tragédia.

É chocante que nada disso tenha acontecido.

Já lancei numerosos apelos, e tentei fazer o meu melhor, para apelar a todos os camaradas, quer se chamem "estalinistas" ou "trotskistas" ou "maoístas" ou simplesmente "marxistas", que a única forma de a unidade comunista se concretizar é, no mínimo, iniciar uma discussão sobre o assunto, mas o sectarismo existente parece estar tão enraizado que até discutir a possibilidade de unidade comunista é evitada!

Porque é que se tornou impossível que camaradas, que querem todos a mesma coisa, que são "VERMELHOS", sejam incapazes de estender uma mão camarada uns aos outros, para sequer iniciar uma discussão?

Serão os nossos camaradas marxistas ou fanáticos religiosos?

A base da nossa crise, na minha opinião, é a recusa de utilizar efetivamente a nossa ideologia marxista contra o nosso inimigo de classe, mas, em vez disso, utilizamos a nossa ideologia marxista como arma contra os nossos camaradas que se recusam a aderir à nossa religião marxista particular!

Ler livros marxistas não faz de ti um marxista.

Publicar citações de líderes marxistas no Facebook não faz de ti um marxista.

Mesmo liderar lutas locais bem sucedidas, por mais progressistas que sejam, não faz de ti um marxista.

O marxismo e o internacionalismo estão interligados.

As lutas locais, que não têm ligação com a luta internacional contra o capitalismo, são a definição de social-democracia ou ultra-esquerdismo ou simplesmente nacionalismo.

Onde quer que um camarada se encontre, em qualquer continente, o marxismo exige que nos vejamos como parte de um elo contínuo, com todos os nossos camaradas e todas as lutas dos nossos camaradas, em qualquer parte do mundo.

Temos de ver o marxismo como a melhor ferramenta científica para combater as mentiras dos vampiros capitalistas, e não como uma forma de combater outros camaradas que têm opiniões diferentes.

Camaradas: quem é o inimigo de classe?

São os comunistas com pontos de vista diferentes ou a classe capitalista?

Lemos os textos clássicos marxistas como forma de treinar o nosso cérebro para ver através das mentiras do inimigo de classe a verdade de classe!

Usamos o marxismo para ver através do nevoeiro das mentiras da midia corporativa, de modo a discernir a verdade.

No entanto, a própria essência do sectarismo é distorcer a verdade, à medida que conjuntos de partidos religiosos marxistas, grupos e indivíduos, marcam territórios ideológicos, com a sua própria versão, não da VERDADE, mas antes, de lealdades tribais.

Temos "estalinistas" e "trotskistas" e "maoístas" que se proclamam todos COMUNISTAS, mas que encontram todas as desculpas para não discutirem em camaradagem, e muito menos para se unirem, na luta para derrotar o inimigo capitalista.

Não somos todos VERMELHOS? Não queremos todos derrubar o poder capitalista, independentemente da "ideologia" marxista que seguimos?

Cada camarada tem o direito de defender os seus próprios pontos de vista, e eu posso estar de um lado da disputa ideológica, mas tem de haver uma base de acordo na discussão dos faytos, apoiando qualquer ponto de vista particular.

E foi aí que o nosso movimento se tornou num fracasso.

Sem acordo sobre os acontecimentos da história do nosso movimento, como podemos fazer avançar a nossa ideologia e descobrir quem é o inimigo?

Tenho tentado encontrar uma forma de apresentar a história do Imperialismo, como forma de dissipar o "nevoeiro" histórico sobre onde o nosso movimento saiu dos trilhos, de modo a criar a base para voltar a pôr o nosso movimento nos trilhos.

Perguntei-me:

"Com que base podem os COMUNISTAS, de todas as 'tribos', iniciar uma discussão para se reunirem?"

Na minha opinião, isso só pode acontecer se os comunistas chegarem a um acordo, a um entendimento internacional sobre quem e o que é o nosso inimigo comum e como é que isso aconteceu.

Parece que isso deveria ser simples e óbvio, mas, na realidade, não é assim tão simples, camaradas.

Se determinarmos quem e o que é o nosso inimigo GLOBAL comum, então não deveríamos ser OBRIGADOS a trabalhar em conjunto, como camaradas, para derrotar esse inimigo?

Creio que é realmente tão simples quanto isso!

Onde quer que estejamos, seja em Nova Iorque, Moscou, Pequim, Tóquio, Cidade do México, Nova Deli, Lagos, São Paulo, Paris, Havana, Gaza, Teerão, Tânger, Cairo, Calcutá, Islamabade, Pyongyang, Atenas, Manila, Porto Príncipe, Kiev, Quito, Casablanca ou Cidade do Cabo, temos todos o mesmo inimigo comum.

Infelizmente, a maior parte das nossas lutas estão isoladas, em batalhas nacionais ou, mais provavelmente, em batalhas locais extremas, totalmente separadas e na ignorância da forma como as nossas lutas se enquadram no nosso objetivo internacional, e muito menos nos preocupamos em saber se a nossa luta local tem alguma implicação internacional, seja ela qual for.

Esta separação das lutas individuais dos objectivos internacionais é exatamente o oposto do que se pretendia quando a Terceira Internacional foi criada.

Camaradas: "Qual é o nosso objetivo comum e qual é o nosso alvo comum?"

Camaradas: "Qual é o vosso objetivo e qual é o vosso alvo?"

Camaradas: "Como é que a vossa luta local se enquadra numa estratégia internacional e numa liderança internacional numa altura em que NÃO EXISTE TAL ESTRATÉGIA E NENHUMA DIREÇÃO INTERNACIONAL?

Camaradas: Não estão a ver o problema óbvio?

Camaradas: Se não resolvermos este problema, será difícil, se não impossível, avançar!

Camaradas: Temos de identificar o inimigo e proceder à criação da Organização Internacional dos Comunistas, que pode coordenar o nosso trabalho comum para derrotar esse inimigo comum!

Demasiados camaradas perdem-se nos debates ideológicos internos sobre acontecimentos específicos ocorridos desde a morte de Lenine.

Eu estou de um lado desses debates internos. Para mim, os fatos são claros.

No entanto, não chegaremos a lado nenhum debatendo essas questões secundárias, ATÉ chegarmos a um acordo sobre o FATO mais importante e determinarmos quem é o nosso inimigo de classe INTERNACIONAL.

Quando chegarmos a um acordo sobre quem é o nosso inimigo de classe INTERNACIONAL, podemos pôr de lado a nossa guerra ideológica interna, começando o trabalho de unir o nosso movimento comunista mundial contra esse inimigo!

Algumas das minhas observações seguintes serão consideradas sectárias. Não é suposto serem sectárias. São baseadas em fatos, a fim de utilizar a história do conflito inter-imperialista para determinar como interpretar a nossa própria história de luta de classes e ver um caminho para a unidade comunista.

Mesmo que discordem de alguns aspectos do meu discurso, por favor reajam de forma camarada. Todos nós queremos derrotar o nosso inimigo de classe, não é verdade?

A maneira de determinar quem ou o quê, HOJE, é o nosso inimigo de classe comum só pode vir da análise das relações econômicas, políticas e militares mundiais das várias classes dominantes capitalistas, ao longo do tempo.

O sistema capitalista atual e as suas potências capitalistas mais poderosas são o produto das duas grandes guerras mundiais do século XX.

Precisamos compreender as causas dessas guerras.

A maioria dos comunistas afirma conhecer as causas, mas será que eles conhecem, será que tu conheces?

Penso que a maior parte dos nossos camaradas NÃO compreende totalmente as causas da Primeira Guerra Mundial nem da Segunda Guerra Mundial.

A maioria dos comunistas tem apenas um conhecimento parcial das causas dessas guerras mundiais. O fato de não compreenderem as causas, TODAS AS CAUSAS, dessas guerras, torna difícil aos nossos camaradas compreenderem o resultado dessas guerras.

Por outras palavras, a incapacidade de compreender as causas dessas guerras mundiais resulta na incapacidade de compreender a situação internacional de HOJE.

Discutir a I Guerra Mundial ou a II Guerra Mundial, ou qualquer outro acontecimento, sem compreender as inter-relações das principais classes dominantes capitalistas, é um erro.

A I Guerra Mundial criou a possibilidade de uma Revolução Russa.

Imediatamente após a Revolução Russa de 1917, Lenine e Trotsky chamaram repetidamente a atenção para o fato de um imperialismo norte-americano extremamente poderoso ter colocado a Europa do pós-Primeira Guerra Mundial sob controle.

Por outras palavras, a Europa estava à mercê do imperialismo norte-americano após a Primeira Guerra Mundial.

Os acordos do Tratado de Versalhes exigiam enormes reparações monetárias a serem pagas à França, por uma Alemanha prostrada.

Porque é que a França precisava desesperadamente desse dinheiro?

A França precisava do dinheiro para pagar os empréstimos da Primeira Guerra Mundial, que os bancos americanos tinham feito à França.

A França não podia pagar os empréstimos, porque a Alemanha não podia pagar à França as indenizações exigidas.

A França, em desespero, invadiu a base industrial da Alemanha em 1923, apoderando-se do vale do Ruhr, na esperança de que esta tomada de espólio permitisse à França pagar os empréstimos bancários dos EUA. Não valeu a pena e a França acabou por ter de se retirar do Ruhr.

No entanto, não se pode compreender este acontecimento de 1923 sem compreender a verdadeira causa da Primeira Guerra Mundial.

Os camaradas que lêem a obra clássica de Lenine "O Imperialismo: A fase mais elevada do capitalismo" não conseguiram utilizar a compreensão do imperialismo, obtida nesse livro maravilhoso, para ver o quadro mais vasto do papel do imperialismo norte-americano na causa da I Guerra Mundial.

É como se, ao lerem esse livro maravilhoso, os nossos camaradas actuais não se apercebessem de que os acontecimentos europeus são uma parte dos acontecimentos mundiais. Como se a causa da guerra europeia não tivesse nada a ver com o MERCADO CAPITALISTA MUNDIAL. Não foi apenas o Reino Unido e a França contra a Alemanha!

Camaradas: para compreender qualquer guerra moderna, temos de olhar primeiro para o mercado capitalista mundial, para discernir as pistas sobre as causas do conflito. É assim que determinamos o nosso principal inimigo de classe.

Na Primeira Guerra Mundial, o Reino Unido e a França estavam a defender o seu domínio sobre as possessões coloniais do capitalismo alemão. Era uma batalha pelos mercados. A Alemanha fez uma "chegada tardia" ao mercado mundial e, como tal, o seu poderoso desenvolvimento industrial estava a ser restringido pelo controle do Reino Unido e da França de enormes porções do mercado capitalista mundial. A maioria dos camaradas sabe-o.

O que é que os camaradas de hoje não sabem?

Na I Guerra Mundial, nem o Reino Unido, nem a França, nem a Alemanha eram a principal potência capitalista imperialista do planeta.

Era o imperialismo americano.

O imperialismo americano há muito que dominava metade do planeta, controlando o hemisfério ocidental, de pólo a pólo.

O Reino Unido e a França não passavam de "coadjuvantes" nesse hemisfério.

Vejamos os fatos econômicos históricos, em termos de Produto Interno Bruto (PIB):

Fui ao Google, à lista da Wikipédia de países por PIB (PPC) no século XIX, para obter os seguintes dados de 1880. Os dados referem-se ao país em questão, não incluindo as colônias.

Talvez queiras anotar estes números, para perceberes melhor onde quero chegar.

O PIB do Reino Unido em 1880 era de 149,596 mil milhões de dólares.

O PIB da França em 1880 era de 92,906 biliões de dólares.

O PIB da Alemanha em 1880 era de 126,172 biliões de dólares.

O PIB dos EUA em 1880 era de 211,678 bilhões de dólares, o que já era mais de 40% MAIOR do que o PIB do Reino Unido e quase igual ao da Alemanha + França, juntos.

A classe dirigente dos EUA, em 1880, estava enriquecia a um ritmo incrivelmente rápido, explorando a imigração de milhões de trabalhadores, vindos da Europa, todos os anos.

Em 1880, já era uma potência econômica muito maior do que o Reino Unido, a França e a Alemanha. Embora o Reino Unido fosse a potência económica mais poderosa da Europa, já era muito, muito mais fraco do que o crescente poder económico da classe capitalista norte-americana. O poder do capitalismo americano, no mercado capitalista mundial, era uma ameaça para todos os países imperialistas europeus.

Quatro anos mais tarde, a Conferência de Berlim de 1884, em que os imperialistas europeus dividiram a África entre si, foi claramente realizada como uma defesa contra o crescente poder econômico do imperialismo norte-americano.

Nas duas últimas décadas do século XIX, o imperialismo norte-americano apoderou-se do Havai, de Porto Rico, de Cuba e das Filipinas e utilizou a "política de porta aberta" para impedir que o Reino Unido e a França impedissem o imperialismo norte-americano de violar uma China prostrada.

Em 1903, o imperialismo americano tomou o Panamá à Colômbia, com o objetivo de criar o Canal do Panamá para reforçar o seu império econômico, ligando o Atlântico ao Pacífico, da mesma forma que o imperialismo britânico tinha construído o Canal do Suez, a fim de reforçar o seu império econômico, ligando o Oceano Índico ao Mediterrâneo.

Em 1905, o imperialismo norte-americano tinha se tornado tão forte que o tratado de paz entre o Japão e a Rússia, que pôs fim à guerra de 1905, foi assinado nos estaleiros navais de Portsmouth, no Maine, com Teddy Roosevelt a servir de mediador entre os dois rivais imperialistas.

Em 1913, o ano anterior ao início da Primeira Guerra Mundial, fiz uma pesquisa difícil para obter o PIB, com as colônias separadas. Os números do PIB foram retirados da minha pesquisa em "The World Economy", de Angus Maddison.

Mais uma vez, pode querer anotar estes números:

O PIB do Reino Unido em 1913 era de 225 bilhões de dólares;

O PIB da França em 1913 era de 144 bilhões de dólares;

O PIB da Alemanha em 1913 era de 237 bilhões de dólares;

O PIB da Áustria/Hungria em 1913 era de 23 bilhões de dólares;

O PIB da Rússia em 1913 era de 232 bilhões de dólares;

A Alemanha tinha ultrapassado o Reino Unido em termos de PIB, em 12 bilhões de dólares, e era mais de 60% superior ao PIB da França.

Qual era o PIB dos EUA em 1913? Era um espantoso valor de 518 bilhões de dólares!

O PIB dos EUA, em 1913, era maior do que o PIB COMBINADO do Reino Unido + Alemanha, com cerca de 56 bilhões de dólares a mais!

Mas o que é que este PIB dos EUA tem a ver com a eclosão da I Guerra Mundial?

Há uma ideia errada de que, de alguma forma, os capitalistas dos EUA eram "isolacionistas".

O mercado mundial capitalista é internacional.

O mercado capitalista mundial não é, e não era, um mercado restrito à Europa Ocidental, nem era restrito apenas às colônias do Reino Unido e da França. Todo o hemisfério ocidental era dominado pelo imperialismo norte-americano.

Em todo o caso, são as bases industriais das potências imperialistas que determinam o seu domínio mundial.

Todas as potências imperialistas e todos os quilómetros quadrados do planeta estiveram, e estão, envolvidos.

Sim, os imperialistas norte-americanos eram isolacionistas, mas apenas no sentido de que dois oceanos lhes permitiam assistir com alegria e arrogância às guerras europeias internas, dizendo: "Porquê meterem-se na confusão deles?"

No entanto, a classe capitalista dos Estados Unidos estava muito satisfeita por ter feito empréstimos, a taxas exorbitantes, ao Reino Unido e à França, durante a Primeira Guerra Mundial, e o mercado pelo qual a Alemanha, a França e o Reino Unido estavam a lutar incluía o imperialismo americano.

Todos os capitalistas, independentemente da sua localização no planeta, quer em países grandes e poderosos, quer em países pequenos, e mesmo nas colónias, tinham interesse no resultado da Primeira Guerra Mundial.

Os bancos americanos já se tinham tornado, em resultado do seu domínio mundial da produção industrial, a potência dominante no mercado capitalista mundial e o principal investidor e credor do mundo.

Para proteger esses investimentos e empréstimos dos EUA, bem como para garantir a capacidade do Reino Unido e da França para pagarem os empréstimos, tiveram de entrar na Primeira Guerra Mundial.

Mas porque é que esses empréstimos foram para a França e o Reino Unido? Porque não para a Alemanha? Porquê a aliança dos EUA com o Reino Unido e a França?

Qual foi a razão para os EUA terem apoiado o Reino Unido na I Guerra Mundial, apesar do fato de o Reino Unido, e não a Alemanha, ser o principal rival imperialista dos EUA em 1913. Isto simplesmente não fazia sentido, mas só à superfície.

Os EUA tinham derrotado o Reino Unido duas vezes em guerra real, em 1776 e 1812, e foram também rivais ferrenhos durante a Guerra Civil Americana.

A hostilidade dos EUA em relação ao Reino Unido estava bem estabelecida nessa altura. O Reino Unido era o principal rival imperialista do imperialismo americano.

Então porque é que os EUA estiveram do lado do Reino Unido na Primeira Guerra Mundial?

Parece que nenhum camarada faz essa pergunta vital: porque é que estes rivais imperialistas se uniram?

Porque é que os imperialistas americanos preferiram o Reino Unido à Alemanha, quando o Reino Unido era o principal rival imperialista do imperialismo americano?

Não digam uma palavra, POR FAVOR!!! Sobre qualquer coisa que tenha a ver com "democracia" ou "identidade cultural"!

A classe capitalista é vampira e ladra. Pouco se importam para constituições, leis, democracia ou cultura!

Os corações destes vampiros batem APENAS ao som do tilintar do ouro a aterrar nas suas contas bancárias!

Para o capitalista, cada movimento político e militar baseia-se no cálculo financeiro, não na moralidade!

Em qualquer crime, eles dizem-vos sempre: "Sigam o dinheiro!"

Então, porque é que os EUA apoiaram o seu maior rival imperialista, o Reino Unido, na I Guerra Mundial?

A solução para essa questão está nos números do PIB, que explicam por que razão o imperialismo dos EUA foi uma causa fundamental da Primeira Guerra Mundial.

Vejam-se os números do PIB que acabo de enumerar há pouco, relativos a 1913:

Deixem-me perguntar-vos o seguinte: "Qual seria o resultado para o imperialismo americano, se a Alemanha tivesse derrotado o Reino Unido e a França?"

A resposta está nos números do PIB!

Embora eu tenha demonstrado que o PIB da Alemanha + do Reino Unido era ainda muito inferior ao PIB dos EUA, isso não aconteceria se o PIB da França fosse também adicionado ao da Alemanha, se a Alemanha ganhasse a guerra e colocasse a produção industrial do Reino Unido e da França sob controlo alemão.

A classe capitalista norte-americana compreendeu que uma vitória alemã ameaçaria o domínio mundial imperialista dos EUA no mercado capitalista, porque uma vitória alemã, com o controlo alemão de todo o Reino Unido e da França, criaria uma potência industrial superior ao imperialismo norte-americano.

O PIB da Áustria/Hungria e da Rússia não era crucial para o impacto no mercado mundial, uma vez que ambas eram, na sua maioria, feudais e agrícolas, e não potências industriais ou financeiras. Os preços do mercado mundial para todas as mercadorias do mundo eram fixados nos principais centros financeiros imperialistas em Nova Iorque, Londres, Berlim e Paris, e não na Áustria/Hungria ou na Rússia, onde as suas burguesias nacionais eram ainda muito fracas em comparação com as suas classes dominantes feudais.

O domínio americano do mercado mundial, na I Guerra Mundial, seria ameaçado por uma vitória alemã.  É por isso que os EUA apoiaram o Reino Unido e a França na I Guerra Mundial, como a sua "linha da frente" em defesa do domínio mundial imperialista dos EUA.

A França e o Reino Unido não criaram uma aliança com a Alemanha, contra o imperialismo norte-americano, simplesmente porque ambos temiam um desejo imperialista alemão, em rápida ascensão, de se apoderar das colónias britânicas e francesas. A tomada das colónias britânicas e francesas era o próprio objetivo do imperialismo alemão.

A Alemanha era o completo outsider, e a França e o Reino Unido eram alvos mais fáceis para a Alemanha, situados mesmo ao lado, do que os EUA, que estavam protegidos por dois enormes oceanos.

O objetivo do imperialismo alemão, tanto na I Guerra Mundial como na II Guerra Mundial, era ganhar o controlo da base industrial da Europa, para, ENTÃO, desafiar o domínio mundial do imperialismo americano no mercado mundial capitalista.

A maioria dos camaradas não sabe que, após o êxito da revolução russa de 1917, Lenine e Trotsky reconheceram a ameaça do imperialismo norte-americano. Sem uma expansão da revolução para outros países, o imperialismo norte-americano acabaria, acreditavam eles, por os esmagar. Eles esperavam desesperadamente por uma revolução alemã, como a melhor maneira de proteger o muito fraco e muito novo poder soviético do poder maciço do imperialismo norte-americano, que só cresceu como resultado da destruição maciça, na Europa, durante a Primeira Guerra Mundial.

Em 1923, deu-se o acontecimento singular que levou à ascensão de Hitler e preparou o terreno para a Segunda Guerra Mundial.

Não podemos esperar compreender a ascensão de Hitler e o consequente derramamento maciço de sangue da Segunda Guerra Mundial, sem compreender o seguinte acontecimento.

Quando a França invadiu o Ruhr, em 1923, apoderando-se do coração industrial da Alemanha, o governo social-democrata da Alemanha não reagiu.

Assim, toda a população alemã começou rapidamente a virar-se para o Partido Comunista Alemão, para fazer a revolução.

A crise alemã atingiu o seu auge em outubro de 1923. Foi conhecida como o "outubro alemão".

O Partido Comunista Alemão pediu a Moscovo que enviasse Trotsky para liderar a revolução. Trotsky era mundialmente famoso pela sua liderança da revolução de outubro de 1917, como chefe do Soviete de São Petersburgo e pela sua criação do Exército Vermelho e pela sua liderança militar, durante a vitória soviética na guerra civil.

Os militares alemães usaram a aliança com a URSS para colocar a produção industrial militar em solo soviético, algo que foi proibido pelo Tratado de Versalhes, para acontecer dentro da Alemanha.

Mais importante, o capitalismo alemão foi prejudicado pelas demandas de Versalhes por reparações monetárias que colocaram a Alemanha em uma situação econômica desesperadora.

A raiva, na Alemanha, contra Versalhes, permitiu que Moscou e Berlim cooperassem por necessidade, apesar dos antagonismos de classe mútuos, para se unirem contra seus algozes mútuos. A Alemanha era a única "porta" da União Soviética para o mundo exterior.

Tudo isso mudou rapidamente para a vantagem do imperialismo dos EUA, após a derrota do "Outubro Alemão".

Aproveitando a derrota do "Outubro Alemão", o imperialismo dos EUA, em 1924, enviou uma missão a Berlim com o "Plano Dawes" para a recuperação econômica da Alemanha e para quebrar sua tênue aliança com a União Soviética.

A ruptura alemã com a União Soviética, que ocorreu tão rapidamente após a derrota do "Outubro Alemão", fechou a única "porta" aberta para a União Soviética e o isolamento criou pessimismo e desmoralização dentro do Partido Bolchevique.

A direção bolchevique de repente se viu sozinha, como os líderes de um estado operário completamente isolado.

Estou surpreso com quão poucos camaradas percebem o quão criticamente prejudicial para a União Soviética e para o movimento comunista mundial foi a derrota do "Outubro Alemão"! A derrota do "Outubro Alemão" está no centro de nossas disputas desmoralizadas e sectárias, que ainda nos assombram.

O resultado da derrota foi uma atitude de "ir sozinho", dentro da liderança bolchevique, e um afastamento da crença de que uma revolução estrangeira viria em auxílio da URSS.

Como resultado, o chamado para a revolução comunista foi tornado de importância secundária, para as manobras diplomáticas burocráticas, destinadas a proteger a União Soviética. Embora a atitude de "ir sozinho" seja compreensível, foi um erro que levaria a erros cada vez maiores.

Fechar os olhos para esses erros seria um abandono do marxismo.

Podemos, para o propósito desta palestra, sobre a causa da Segunda Guerra Mundial, pular a maioria dos eventos que levaram, de 1924, à Segunda Guerra Mundial, exceto um evento muito crítico.

Em 1928, os imperialistas do Reino Unido e os imperialistas franceses se renderam ao imperialismo dos EUA, quando assinaram o "Pacto Kellogg-Briand".

O Pacto Kellogg-Briand foi apregoado, na mídia capitalista, na época, como um pacto para "PROIBIR A GUERRA". Na verdade, era o contrário. Foi a assinatura de uma aliança militar, colocando o Reino Unido e a França como vassalos do imperialismo dos EUA. Ele preparou o cenário para a Segunda Guerra Mundial.

O Pacto Kellogg-Briand representou um acordo do Reino Unido e da França para se tornarem a "linha de frente" do imperialismo dos EUA, contra qualquer desafiante imperialista. O pacto era uma aliança para a guerra, não um pacto de paz.

Antes de 1928, uma boa parte do mundo havia previsto uma possível guerra entre o imperialismo dos EUA e seu principal rival, o imperialismo do Reino Unido.

Em 1928, os capitalistas do Reino Unido perceberam a loucura de tal guerra e, com seu próprio vassalo francês, assinaram na linha pontilhada, sua capitulação ao imperialismo dos EUA, com o reconhecimento de seu status de vassalo.

Com esse pacto, o cenário estava pronto para a Segunda Guerra Mundial.

Para entender a Segunda Guerra Mundial, precisamos, mais uma vez, ir aos números do PIB:

Minha pesquisa no Google me levou ao Arquivo Ralph Zuljan para esses números do PIB de 1939:

Sugiro que você queira anotar esses números, pois os revisaremos depois.

PIB do Reino Unido em 1939: US$ 287 bilhões

PIB da França em 1939: US$ 199 bilhões

PIB da Alemanha em 1939: US$ 384 bilhões

PIB da Áustria em 1939: US$ 27 bilhões

PIB da Itália em 1939: US$ 151 bilhões

PIB do Japão em 1939: US$ 184 bilhões

PIB da URSS em 1939: US$ 366 bilhões

PIB dos EUA em 1939: US$ 869 bilhões

Vamos analisar mais de perto esses números:

Se você combinar o PIB total da aliança fascista da Alemanha + Japão + Itália + Áustria, ainda resta o total da aliança fascista em US$ 746 bilhões, o que ainda é US$ 123 bilhões a menos do PIB dos EUA, sozinho.

Quando você adiciona o Reino Unido e a França aos EUA, a aliança fascista fica US$ 609 bilhões a menos.

Não há como a aliança fascista triunfar com esses números.

Então, como a aliança fascista poderia superar esse déficit, de modo a ser capaz de desafiar o domínio imperialista dos EUA?

Quando o governo francês de Vichy se rendeu, a aliança fascista ainda estava US$ 211 bilhões abaixo da igualdade com o imperialismo dos EUA/Reino Unido, quando você subtraía o PIB da França e então o adicionava ao PIB da aliança fascista.

Então, onde encontrar uma quantia, em algum lugar, para superar esse enorme déficit de US$ 211 bilhões?

É aqui que a URSS se encaixa nos planos imperialistas alemães para o domínio imperialista mundial.

Havia apenas dois PIBs disponíveis: o PIB do Reino Unido ou o PIB da URSS.

Hitler desejava e esperava muito que o Reino Unido mudasse de lado, e o imperialismo dos EUA tinha que garantir que isso não acontecesse. Rudolf Hess, um líder do Partido NAZI, foi secretamente levado de avião para a Escócia, em maio de 1941, durante a Segunda Guerra Mundial, para tentar negociar uma aliança com o Reino Unido. A missão falhou.

O imperialismo dos EUA não podia permitir que a Alemanha tomasse a base industrial da URSS também.

Qualquer evento colocaria o domínio mundial do imperialismo dos EUA em questão.

A ajuda de empréstimos e arrendamentos dos EUA ao Reino Unido e à URSS não tinha nada a ver com a luta contra o fascismo. Era defender seu império.

Quando ficou claro que o Reino Unido não concordaria em se tornar vassalo da Alemanha contra o imperialismo dos EUA, a única maneira da Alemanha sequer contemplar o domínio imperialista mundial, a fim de derrotar o imperialismo dos EUA, significava a tomada militar do PIB soviético de US$ 366 bilhões.

Enquanto o imperialismo dos EUA não iria, e não poderia, ficar parado, e ver a França e o Reino Unido caírem nas mãos dos alemães, o lucro dos empréstimos de guerra fortaleceria muito o imperialismo dos EUA, com a guerra destruindo uma boa parte da base industrial da Europa, tornando a Europa pós-Segunda Guerra Mundial ainda mais dependente do imperialismo dos EUA do que era após a Primeira Guerra Mundial. O Plano Marshall pós-Segunda Guerra Mundial se tornaria uma versão muito maior do Plano Dawes pós-Primeira Guerra Mundial.

A conferência de Yalta foi onde o futuro do nosso mundo pós-Segunda Guerra Mundial foi decidido.

Vejo muitos camaradas orgulhosamente postando as fotos dos "Três Grandes", em Yalta, sem perceber o quão grande foi a derrota, para o nosso movimento comunista, resultante daquela conferência.

Tudo o que se seguiu, carregou uma mancha, marcada no sangue de milhões de mortes subsequentes, dos acordos feitos naquela conferência.

Não foram apenas as decisões trágicas que fizeram Moscou dizer aos guerrilheiros para deporem as armas, a que me refiro.

Yalta foi uma tragédia que foi "coroada" pela horrível criação das Nações Unidas como uma ferramenta do imperialismo dos EUA, sob a "grande mentira" de ser uma organização mundial de paz, onde a guerra deveria ser proibida.

Quando li as atas das discussões em Yalta, fiquei chocado com a atitude de Stalin em relação a Franklin D. Roosevelt (FDR) e Churchill, bem como a atitude de Stalin em relação à Alemanha.

Roosevelt se divertiu, pois Stalin e Churchill entraram em choque repetidamente, durante suas discussões. Stalin pareceu gostar de mostrar sua hostilidade a Churchill, quase como se estivesse em aliança com Roosevelt, durante as discussões. Discutir com o vassalo, como se o vassalo fosse o principal inimigo de classe, foi realmente triste.

Stalin não deveria ter entendido que Roosevelt, não Churchill, era o principal inimigo? Na verdade, não é tão surpreendente. Grande parte da propaganda da Segunda Guerra Mundial de Moscou havia pintado FDR. Quando Roosevelt morreu, muitos membros do CPUSA choraram nas ruas.

Em Yalta, a ênfase de Stalin era impedir que a Alemanha fosse uma ameaça novamente. Essa é uma posição nacionalista, não de classe ou marxista. Focar na Alemanha, não nos EUA, foi um erro triste. A União Soviética, depois da Primeira Guerra Mundial, não tinha uma aliança com a Alemanha, apesar de serem inimigos de classe?

A classe trabalhadora alemã não era a aliada da União Soviética?

Por que uma Alemanha derrotada e esmagada era o principal inimigo? Claro que não! O capitalismo alemão foi derrotado. Ele só poderia ser reconstruído como um vassalo do imperialismo dos EUA.

Foi ridículo Moscou se concentrar na ameaça de uma Alemanha esmagada, quando a ameaça real era um imperialismo dos EUA triunfante! Triste...

O que Roosevelt mais queria de Yalta eram as Nações Unidas. Todas as outras decisões importantes tomadas em Yalta eram para FDR, questões secundárias. Ele estava disposto a fazer enormes concessões à URSS, em Yalta, para obter o acordo para criar a ONU.

FDR era um pensador muito inteligente e de longo alcance. Com a derrota da Alemanha e do Japão, todos os rivais do imperialismo dos EUA foram derrotados. Eles eram todos, agora, vassalos dos EUA.

O imperialismo dos EUA havia se tornado o líder inquestionável das classes capitalistas mundiais.

A presença de Churchill em Yalta foi apenas uma "fachada", para apaziguar o Reino Unido, mas Stalin aparentemente concentrou toda a sua atenção em combater Churchill e ser legal com FDR, mas se opondo à proposta de FDR para a ONU, a menos que a URSS obtivesse poder de veto no Conselho de Segurança.

O que Moscou queria, acima de tudo, era ser tratada como uma "Grande Potência". Uma das "Três Grandes".

Na realidade, não havia "Três Grandes".

O resultado da Segunda Guerra Mundial foi que havia apenas o "Grande 1°": o imperialismo dos EUA.

No final da Segunda Guerra Mundial, o PIB dos EUA representava mais de 50% do PIB mundial inteiro!

A guerra, tanto na Europa quanto na Ásia, havia destruído boa parte da produção industrial de todos os seus rivais, cujas bases do imperialismo dos EUA estavam protegidas da destruição da guerra por dois enormes oceanos.

O imperialismo dos EUA precisava da criação das Nações Unidas, para criar um organismo mundial, controlado pelos EUA, a ser usado para projetar o imperialismo dos EUA como o protetor da democracia em todo o mundo. A ONU permitiria que o imperialismo dos EUA se projetasse como o campeão benevolente das pequenas nações e projetasse a classe dominante dos EUA como uma força antiguerra no mundo.

A ONU é a maior MENTIRA já contada ao mundo!

O maior vampiro do planeta, com tremendo sangue em suas mãos, construído a partir do genocídio de seu povo nativo e da escravidão de milhões de negros, com uma grande parte de seu país ainda governado pela KKK, o mesmo país do qual a Alemanha nazista modelou suas leis raciais, agora estava sendo autorizado a se projetar como o benfeitor do mundo e lutador antifascista que ajudou a derrotar o fascismo na Segunda Guerra Mundial.

Uma vez que Stalin assinou o acordo para a ONU, com a potência imperialista mais predatória da Terra, a URSS foi presa para apoiar a "GRANDE MENTIRA" da criação de um corpo mundial anti-guerra que estava preocupado em manter a paz mundial.

O acordo para apoiar a ONU, efetivamente encerrou qualquer razão para a Terceira Internacional continuar sua existência.

Nossos camaradas não conseguem ver por que FDR lutou tanto pela criação da ONU em Yalta? Foi o maior triunfo de FDR!

Depois de Yalta, o foco do movimento comunista internacional estava em impedir tolamente o rearmamento da Alemanha. Eles estavam se concentrando no inimigo errado!

Com a vitória do imperialismo dos EUA, na Segunda Guerra Mundial, todo o PIB capitalista do mundo caiu sob a direção do imperialismo liderado pelos EUA. Quer o PIB estivesse localizado na Europa, Ásia, África ou América Latina, tudo isso ocorreu sob um confronto imperialista liderado pelos EUA com a URSS. Este foi o início da GUERRA DE CLASSES GLOBAL, uma guerra que continua até hoje, simplesmente porque o imperialismo dos EUA permaneceu como a potência imperialista dominante no planeta, da Segunda Guerra Mundial até o presente.

A falha em explicar a todos os comunistas que a Segunda Guerra Mundial foi apenas uma continuação da Primeira Guerra Mundial, com os mesmos objetivos alemães e americanos, em ambas as guerras, permite que o imperialismo dos EUA desempenhe o papel de um lutador contra o fascismo, quando, na realidade, o único país lutando contra o fascismo era a URSS junto com os guerrilheiros comunistas, em todo o mundo.

Camaradas: precisamos DESTRUIR a propaganda de que o imperialismo dos EUA lutou contra o fascismo na Segunda Guerra Mundial. SOMENTE a URSS e os guerrilheiros comunistas lutaram contra o fascismo!

No final da Primeira Guerra Mundial, todos os soldados estavam em rebelião, tendo milhões perdendo suas vidas em benefício de monstros imperialistas, EM AMBOS OS LADOS! O movimento comunista mundial era claro: Ambos os lados eram imperialistas cruéis! Ambos os lados eram nossos inimigos de classe!

No final da Segunda Guerra Mundial, por outro lado, um lado imperialista, o lado liderado pelos EUA, foi autorizado a se retratar falsamente como "libertadores" e combatentes antifascistas, quando, na realidade, o propósito do Dia D era salvar a Europa do comunismo, não do fascismo.

O comunismo estava se espalhando como um incêndio na pradaria, por toda a Europa, na época do Dia D. Sem o Dia D, toda a Europa teria se tornado comunista!

Após a derrota nazista em Stalingrado, tudo o que Churchill conseguia falar, de 1943 até o fim da guerra, era sobre seu medo do Exército Vermelho marchando por toda a Europa. Churchill e Roosevelt entenderam que a ameaça alemã ao seu controle imperialista sobre o planeta foi revertida em Stalingrado e, agora, a única ameaça que o imperialismo dos EUA e do Reino Unido temia era o COMUNISMO!

Os soldados dos EUA foram informados de uma mentira sobre lutar contra o fascismo. O Dia D foi fundamental em seu esforço imperialista para negar a vitória do comunismo sobre o fascismo! Eles heroicamente morreram por uma GRANDE MENTIRA!

Eu vivi, como um jovem comunista, durante aquele período pós-guerra e vi como os comunistas descreviam racistamente todos os alemães como fascistas ou fantoches, "apenas seguindo ordens", enquanto elogiavam o papel do imperialismo dos EUA durante a guerra.

Eu assisti atores progressistas e comunistas de Hollywood, em filmes populares, como "Mister Roberts", retratarem a guerra no Pacífico, contra o Japão, como uma guerra antifascista, quando era uma disputa imperialista puramente predatória entre monstros imperialistas. Não havia absolutamente nada de "progressista" na guerra no Pacífico. Era uma guerra entre o imperialismo japonês e o imperialismo dos EUA sobre qual poder imperialista dominaria e controlaria a China.

O fracasso dos comunistas em ver o papel do imperialismo dos EUA na Segunda Guerra Mundial pelo que ele foi, representa uma recusa irracional de ver a verdade.

Quão difícil é dizer, como COMUNISTA, que foi SOMENTE a URSS, junto com os guerrilheiros, que realmente lutou contra o fascismo? Isso não seria um grande elogio a Moscou?

Os comunistas não podem, ao mesmo tempo, elogiar os triunfos de Moscou e também criticar os erros de Moscou? Os comunistas têm medo da verdade?

O fato é que o sectarismo destrói nossa capacidade de pensar e raciocinar.

Os comunistas, em todo o mundo, depois da Segunda Guerra Mundial, caíram na armadilha do imperialismo dos EUA, elogiando a ONU, simplesmente porque a URSS estava sentada no Conselho de Segurança, com poder de veto. Um poder de veto que não foi usado pela URSS, quando a Guerra da Coreia estourou! Até hoje, os militares imperialistas dos EUA, ocupando a Coreia do Sul, operam sob a bandeira da ONU.

Hoje, a ocupação do Haiti, opera sob a bandeira da ONU, deixando o imperialismo dos EUA fora do foco político, depois que os EUA enviaram fuzileiros navais para derrubar o governo de Aristede.

A bandeira da ONU, no Haiti, é apenas uma "folha de parreira" para a bandeira dos EUA, usando soldados de vários países para executar as instruções do imperialismo dos EUA.

A ONU é a nova versão da Liga das Nações, que Lenin e Trotsky se referiram como a Liga dos Ladrões.

Hoje, na ONU, todos os "ladrões" capitalistas estão unidos sob a direção do imperialismo dos EUA.

O mito do imperialismo chinês, criado do nada, por alguns em nosso movimento comunista, não tem fundamento, nem histórico nem na atual relação de forças.

A China está praticamente sozinha na ONU. Não tem nem um único vassalo solitário, muito menos um vassa imperialista!

A Assembleia Geral da ONU é um insulto patético e impotente aos oprimidos em todo o planeta. Todo o poder real está localizado no Conselho de Segurança, onde o imperialismo dos EUA tem uma maioria definida, bem como um veto, para ser usado quando necessário.

A Conferência de Bandung de 1955, na Indonésia, sob a liderança de Sukarno, tentou criar uma organização rival à ONU, mas não tinha esperança de sucesso como uma "terceira força", operando entre o imperialismo liderado pelos EUA de um lado e o "Campo Socialista" do outro lado.

Somente a criação de uma nova internacional comunista pode expor a "Grande Mentira" da ONU como o lugar onde os conflitos de classe podem ser resolvidos.

Somente a revolução comunista pode resolver os conflitos de classe. Enquanto a classe dominante capitalista existir, não há "meio termo".

No entanto, não vejo absolutamente nenhum esforço, por parte dos partidos, grupos e indivíduos comunistas, em qualquer lugar deste planeta, para sequer começar a discussão sobre a criação da unidade comunista, que é o único caminho para a criação de uma nova internacional comunista, como rival do imperialismo dos EUA e sua ferramenta política, a ONU.

Estamos tão enraizados em nossas pequenas "bolhas" ideológicas que não conseguimos ver o problema e fazer isso?

Camaradas, vocês não veem o problema?

Se veem o problema, por que o estão ignorando?

Existe outro caminho para reconstruir nosso movimento comunista?

Existe outro caminho para criar uma nova internacional?

Não acho que haja outro caminho. Você acha?

Se você acha que há outro caminho, onde está o plano? Não. Não há outro caminho.

O imperialismo dos EUA tem seu próprio Organismo Político Mundial, que ele controla: a ONU.

Onde está nossa organização política mundial RIVAL?

E não me fale sobre algum grupo de retaguarda chamado "marxista", que se autodenomina uma "Internacional".

O fato é claro: precisamos criar uma nova internacional!

Nos primeiros anos da Revolução Russa, sob Lenin e Trotsky, essa aliança residia em Moscou e era chamada de Terceira Internacional.

Sem nosso próprio Organismo Político Mundial, não estamos condenados a continuar, cada um de nós, a viajar pateticamente em caminhos separados, localmente, nacionalmente e internacionalmente?

Essa não é a "fórmula" para a derrota?

Comecei este vídeo como minha tentativa de fazer com que os camaradas parassem de pensar localmente, olhando para o "quadro geral" da luta de classes mundial e definindo nosso inimigo de classe mundial.

Não somos internacionalistas? O que significa internacionalista, se estamos todos desconectados e confusos e todos seguindo caminhos separados?

Que tipo de "internacionalismo" é esse?

Camaradas não são "internacionalistas", apenas por dizer essas palavras.

Palavras devem ser seguidas de ações, se você quer que se tornem REALIDADE!

Não deveríamos estar agindo como comunistas? Você está agindo como comunista, quando não tem conexão com outros comunistas, mesmo em sua própria comunidade, e muito menos com comunistas ao redor do mundo?

Precisamos focar nosso ativismo, nossa ideologia e nossas batalhas de classe no GRANDE alvo principal: o imperialismo liderado pelos EUA! Precisamos focar no "BIG PICTURE!"

Não podemos fazer isso separadamente. O monstro imperialista vai rir da nossa fraqueza.

Como diz o ditado, "um único dedo é fraco, mas a força combinada de toda a mão é poderosa"!

Queremos vencer? Você quer vencer?

Nossa classe e os oprimidos não podem vencer se estiverem divididos. Não é óbvio?

Existe alguma alternativa à unidade comunista?

Nosso símbolo, afinal, é o punho fechado, não o "Dedo do Meio".

Não, não há alternativa à unidade comunista!

A pergunta que eu faço a vocês: "O que vocês estão fazendo sobre isso?"

Como VOCÊS vão ajudar a criar essa unidade necessária?

NÓS PODEMOS FAZER ISSO, CAMARADAS!

Onde há vontade, há um jeito!

Deixem os "opositores" para trás. Eles são os destruidores do nosso movimento!

NÓS PODEMOS FAZER ISSO, CAMARADAS!

Devemos, nas palavras do movimento dos direitos civis, ‘manter nossos olhos no prêmio’

Camaradas: Vamos fazer esse movimento pela unidade comunista avançar!

Se fizermos isso, as gerações futuras louvarão nossa memória!

Vamos fazer isso!

Na unidade comunista, venceremos!

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