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Lições a serem extraídas do Capitalismo Decadente nos marcos da Indústria Cultural Estadunidense.

Lições a serem extraídas do Capitalismo Decadente nos marcos da Indústria Cultural Estadunidense.

A grotesca situação explicitada recentemente a respeito do mercado da música norte-americana em associação com Hollywood é o microcosmo da sociedade estadunidense no paroxismo de seu capitalismo decadente. Não se trata apenas de atestar que o desterro ético e sadismo repugnante são como a cidade de Detroit, inteiramente implodida, composta por relações escatológicas entre os pares, quando as margens de lucro já não são inteiramente suficientes na geografia do local específico.

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Por Leonardo Lima Ribeiro

Trata-se também de explicitar que os mesmos que estão envolvidos nos escândalos de festas repulsivas com celebridades já eram investigados pelo assassinato de figuras emblemáticas do Rap norte-americano, como o músico 2Pac Shakur, filho de Afeni Shakur, uma das Panteras Negras, feminista negra comunista.

Comenta-se que a morte de outros rappers e músicos também foi ocasionada pelo magnata da indústria musical hedonista que promovia as festas, o qual ocasionou tráfico humano de Rihanna, afastando-a de sua família em sua terra natal para não apenas assediá-la, mas fazê-la assinar forçosamente um contrato musical (alguns comentam que a morte de Michael Jackson foi ocasionada pelas ações da mesma pessoa também – Jackson tinha muitos embates com produtoras musicais, e, após sua morte, muitas das pessoas que a ele estavam associadas ficaram próximas do verme a que estamos nos referindo).

Além disso, tutelou Justin Bieber como uma espécie de vitela da indústria do entretenimento, tanto quanto criou um pacto oculto com Anitta para não mencionar nada sobre o que via nessas festas (sim, ela participou dessas paradas, a mesma que é exemplo de mulher empoderada para as novas gerações). Aqui, não vou nem mencionar o nome da figura repulsiva que segue como pano de fundo disso tudo, só ao fim. Mas cabe então aqui dizer e explicitar também sobre como tal indústria cultural norte-americana é muito mais do que uma ideologia relativa, e com a qual muita gente das novas gerações se identifica.

Essa ideologia é expressão cuja materialidade direta está vinculada ao que há de mais asqueroso no mundo em decadência pós-moderno, cujas figuras de proa estão vinculadas diretamente à indústria cinematográfica e musical. Ou seja, os monstros repulsivos que encabeçam as situações que nós vemos são paridos e emergem do âmago daquilo que é visto como algo normal pela esmagadora maioria dos espectadores. Normalizam a estrutura absurda da indústria em questão, e centram fogo apenas nos monstros por ela produzidos.

Sendo este o caso, cabe então explicitar que o normal é o patológico, e se for o caso de manter o que é normal em detrimento do patológico só resta constatar que novas figuras de poder nessa seara continuarão a emergir do centro dessa normalidade. É preciso implodir a normalidade estabelecida para que o que há de patológico e doentio possa cessar.

E, como é de se presumir, essa normalidade é diretamente vinculada ao modo de produção e reprodução da vida nos marcos do capitalismo autofágico tardio norte-americano, que há anos tem sido exportado por meio de sua indústria do entretenimento para todo o globo terrestre como apologia ao bairrismo ocidental.

Não por acaso essa é uma das razões de o porque a lobotomia e a dislexia abduziu as novas gerações despolitizadas brasileiras, principalmente a “geração z”. Ora, isso não estava apenas explícito no filme “As Branquelas” (2004) não. Muito antes disso, a mensagem já estava estampada na cara de quem quisesse ver em “Requiem para um Sonho” (2000), de Dareen Aronofsky, tanto quanto nas músicas de Eminem, como The Way I Am e White America, e em depoimentos de 50 Cent, o qual está produzindo um documentário contra-hegemônico à indústria cultural, e que em breve será lançado com arrecadação destinada às vítimas dos bandidos do mercado musical norte-americano mainstream.

Não custa lembrar que todo esse contexto engendra também em nosso país aquilo que chamamos de identitarismo, e é justamente por isso que ele deve ser combatido. No limite, seu objetivo é exatamente o mesmo que o de psicopatas sádicos como Puff Daddy e seus asseclas, comprados como suas mercadorias pessoais dentro e fora dos EUA. Em nada, absolutamente nada essas pessoas têm respaldo ético e moral para falar em nome dos oprimidos e desterrados da vida.

Cada vez mais a farsa do identitarismo nas esquerdas vem à tona. Além de os grupos a que pertencem estarem desmoronando pela ambição econômico política exacerbada, é visível a dislexia e o descaso em pautar questões absolutamente fundamentais sobre o mundo atual. Não se trata apenas de não falarem sobre a crise do capital nos tempos atuais, mas dos próprios efeitos dessa crise, ao ganhar forma específica das guerras em expansão.

No limite, essa gentalha sequer consegue ter alteridade para se solidarizar com tantas crianças mortas ou que tiveram seus corpos mutilados no Oriente Médio. Algo que ocorre justamente porque essa canalha fascista não as vê como iguais na diferença, já que se acham melhores e superiores a todo mundo. Além de picaretas oportunistas são psicopatas que estão colonizando a esquerda brasileira e a destruindo por dentro, sob as ordens do imperialismo norte-americano.

Já passou muito da hora de desvincularmos as lutas feministas e antirracistas do identitarismo. Há tempos sabemos o que há de podre em sua origem e desdobramentos. Passou do tempo de esses movimentos olharem para o socialismo como parte de sua dignidade constituinte, em vez de simplesmente se deixarem assoberbar pela dinâmica do mercado internacional, intrinsecamente bizarro e maculado pela dinâmica do que há de mais podre do capitalismo contemporâneo.

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